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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Revolução.


Meu jeans desbotado,
Minha camiseta branca,
Minhas botas empoeiradas de tantas revoluções,
No peito saudades de um tempo que não sei,
E o caminho é o mesmo,
Cheio de pedras, cheio de poeiras,
Alguém que grita ao longe,
Talvez algum companheiro de enfrentamentos,
Das histórias de tantas histórias que se perderam no tempo,
E meu caminhar é lento,
Perseguindo ilusões,
De tempos de glorias,
De tantas revoluções,
E então vejo o mundo pela janela estreita de uma tela de computador,
Nascem idéias de coisas velhas,
E eu me pergunto de que são feitos os grandes heróis,
Que são sepultados como o passado,
Não quero ser herói para não ser nas mentes enterrado,
E vou viajando por esse mundo a fora
Com meu jeans desbotado,
Minha camiseta branca,
E minhas botas empoeiradas,
Fazendo tantas revoluções,
As da alma,
Da mente,
E do coração.

Raquel Luiza da Silva.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O que é...


O que é o poeta sem palavras?
Seria como o corpo sem alma,
O que é o poeta sem sentir?
Seria estar de frente para a mais afinada orquestra e nada ouvir,
O que é o poeta sem coração?
Seria o mesmo que um nobre homem após perder a razão,
O que é o poeta sem sentimentos?
Seria o mesmo que loucos entregues aos seus tormentos,
O que é o poeta sem sensibilidade?
Seria o mesmo que um mentiroso diante da verdade,
O que é o poeta sem sua visão interior?
Seria o mesmo que um bêbado em meio as vertigens de seu torpor,
O que é o poeta sem inspiração?
Seria o mesmo que cegos tentando encontrar uma direção,
O que é o poeta sem a poesia?
Seria deixar de existir em seu intimo tudo o que há de vida,
E quando o poeta morre?
Não quando morre em si a arte de poetizar, mas quando morre em si a arte de se reinventar.

Raquel Luiza da Silva.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Pedras.


Tenho pedras nas mãos,
Pés firmes no chão,
Caminhar lento,
Mente solta ao relento,
Não pretendo duelar com moinhos de vento sozinho,
Carrego pedras, apenas para marcar meu caminho...

Raquel Luiza da Silva.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Hoje.


Hoje talvez chova,
Hoje talvez não chova,
Hoje talvez eu leve a vida um pouco mais a sério,
Hoje talvez eu deixe a vida correr sem me aperceber,
Hoje talvez eu cante uma canção que fale de paz,
Hoje talvez eu cante uma canção que fale de guerra,
Hoje talvez eu esqueça de me lembrar de algo,
Hoje talvez eu me lembre de esquecer de algo,
Hoje talvez eu me sinta leve,
Hoje talvez eu deseje que o elevador quebre,
Hoje talvez eu coma um doce,
Hoje talvez eu coma algo salgado,
Hoje talvez eu me feche,
Hoje talvez eu me abra,
Hoje talvez eu agradeça,
Hoje talvez eu me esmoreça,
Hoje talvez eu viaje,
Hoje talvez eu fique em casa,
Hoje talvez eu durma,
Hoje talvez eu acorde,
Hoje talvez eu espere,
Que chova,
Ou que você descubra o que irá fazer hoje,
Porque hoje eu so quero viver o hoje.

Raquel Luiza da Silva.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Dois lados.


Para tudo na vida haverá uma versão,
Dois lados que caracterizem a razão,
Haverá sempre um réu e um juiz,
Alguém para contradizer o que se diz,
Haverão sonhos e desilusões,
Transformando assíduos desejos em meras ilusões,
Toda moeda terá dois lados,
Assim como a opção pelo certo e o errado,
Para tudo na vida haverá uma versão,
Amores da mente,
Amores do coração,
A raça mais forte a sobrepujar a mais fraca,
Alguém que morre, alguém que mata,
Dois lados que caracterizem a razão,
Uns que ficam, outros que vão,
Haverá sempre um réu e juiz,
Diante da dama de moralidade e da meretriz,
Alguém para contradizer o que se diz,
Julgando-se pleno ou infeliz,
Haverão sonhos e desilusões,
Carregados em velhas páginas ou em valorosos brasões,
Transformando desejos em meras ilusões,
Dedos da incerteza, faces de contradições,
Toda moeda terá dois lados,
Homens que denunciam, homens calados,
Amores da mente,
Coisas que parecem e não se sentem,
Amores do coração,
Coisas que sufocam qualquer vã pretensão,
A raça mais forte a sobrepujar a mais fraca,
Apenas perpetuando a raça,
Alguém que morre alguém que mata,
Não se sabe se é o certo ou se é uma falha,
Tudo se encontra como numa fervorosa batalha,
Tendo dois lados que tudo ou nada se espera,
Faces diferentes dividindo a mesma moeda.

Raquel Luiza da Silva

domingo, 25 de abril de 2010

Cara poetisa...


Cara poetisa, acaso não tem fim a alma poética em si?
Falas tanto de medos, sonhos, anseios,acaso são teus tais sentimentos, tais desejos?
Pareço sentir um pouco de si em cada linha em cada estrofe, em cada rima,
A alma que se derrama em flores e por vezes em desamores, é sua ou de alguma pessoa conhecida?
Quando suas palavras falam, sua voz se cala?
Para onde vai sua estrada na tão falada caminhada?
Viajas no universo ou em seu próprio reverso?
Como vê o mundo em sua arte de escrever?
É sua essa alma ou a toma por empréstimo de outros poetas?
E sua inspiração? É algo da mente ou do coração?
Se lhe faltarem palavras, ficas por aqui ou em algum lugar vais buscá-las?
Onde é o limite de sua arte? Além do céu ou em outra parte?
Mostras sabedoria que vale ouro, ou escondi em si os mais valorosos tesouros?
É real o que sente ou deverás mente que sente?
Sua felicidade e tristeza são elaboradas ou apenas meras palavras?
Então cara poetisa, diz-me de que são feitas suas rimas?
Tens respostas para minhas pequenas curiosidades ou tens medo de se abrir á verdade?

Resposta:

Oh, ser-me-ia fácil responder tais palavras,
Dizer toda indagação a respeito dessa arte ou de seu nada
Porém se revelar tal segredo, descobriria a nudez de minha alma,
Tornar-se-ia prisioneira de uma realidade deixando á vista o oculto de sua arte,
Mas para acalmá-lo, sim lhe direi algo:
A poesia é do poeta uma parte, a outra ele empresta do mundo e só quem possui plena sensibilidade, poderá conhecê-la a fundo.

Raquel Luiza da Silva.

sábado, 24 de abril de 2010

Que eu possa...


Quando me faltarem forças para caminhar, que eu possa me valer da fé que me mantém de pé,
Quando me magoarem, que eu não tenha medo de chorar diante dos mais inquisidores olhares,
Quando a voz se calar e a dor no peito fluir, que antes de ferir a alguém pense que o estarei fazendo a mim,
Quando tudo estiver perdido e em mais nada tiver confiança, que me reste apenas uma coisa, a fiel esperança,
Quando meus olhos se tornarem nublados pela falta de perspectivas, que eu me agarre com unhas e dentes nas coisas boas que absorvi de experiências vividas,
Quando o sol me arder a pele e se abrir um deserto de incompreensão, que eu encontre um oásis em meu coração,
Quando tiver medo de falar e isso for necessário, que me lembre de tantos erros que cometi ao me calar no passado,
Quando tudo que aspiro estiver longe e minha fraqueza me mostrar um iminente fim, que eu olhe para os céus e escolha seguir,
Quando meu corpo sucumbir sob o peso de minha mente cansada, que me restem boas lembranças para que possa ressurgir do nada,
Quando não suportar as feridas dos meus pés cansados enfim, que vislumbre a estrada e me encha de ânimo para perseguir o horizonte sem fim,
Quando minhas mãos não alcançarem o que tanto espiro, que possa usar sempre de nobreza de espírito,
E quando após tantos anos de luta disser que é o fim, que possa olhar em meu redor, olhar para mim,
E que na busca de aspirações e respostas descubra tantas outras portas, que se abram como um futuro de novas apostas,
E quando entender realmente todas as minhas capacidades, entenderei que alcancei de mim a plena liberdade.

Raquel Luiza da Silva.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Palavras vazias.


Palavras vazias e insignificantes,
Perdidas como brutos diamantes,
No vazio dessa imensidão que se chama falta de inspiração.

Raquel Luiza da Silva.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ogunhê


Rompendo as pretensões,
Do tempo sem razão,
Morre o corpo,
Mas não morre a alma de quem espera,
Diante do inimigo se abre a terra,
No tinido da espada,
Da lança por mãos humanas intocada,
Diante de olhos que nada podem ver,
Ô meu pai,
Ogunhê
Se me faltam forças diante do inimigo,
Se me falseiam os pés diante do perigo,
Se os olhos turvam sem ver o que há,
Sei que meu pai lá estará,
E no invisível,
Na força do temível,
Pisando dragões e serpentes,
Atravessando o fogo, quebrando correntes,
Diante de olhos que nada podem ver,
Ô meu pai,
Ogunhê
Na travessia do incerto,
Na mata ou no deserto,
Põe se valente ao encalço,
Para que meus pés não pisem em falso,
Mostrando tantas armadilhas,
Diante da visão o que nada se via,
E a voz ouvida no silêncio,
No cuidado de seus rebentos,
No complexo do que não se pode entender,
Ô meu pai,
Ogunhê

Raquel Luiza da Silva.

Caminho...


Se me disserem que o caminho é esse, não o irei seguir,
Gosto de ir contra o vento,
Contra o tempo,
Fazendo meus caminhos,de pedras, de ventos,
Se apontarem para aquela direção,
Pode ser que eu vá,
Pode ser que eu não vá,
Talvez espere alguém vindo de lá,
E se me apontarem um caminho...
Vou-me para qualquer lugar,
Num profundo desejo,
Num eterno relaxo,
Sempre em algum canto me acho,
Caminhando, parando,
Seguindo cantando,
Fazendo uma canção só minha,
Falando do vinho, da vinha,
E se me apontarem um caminho...
Seguirei sozinho,
Falando de gente,
Falando da gente,
Em tempos frios,
Em tempos quentes,
Levando na mochila um mapa e uma garrafa de tequila,
Coisas de muitos, coisas só minha,
E assim vou seguindo,
Falando e calando,
Chorando e sorrindo...
E se me apontarem um caminho...
Deixarei que sigam seus destinos,
Pois gosto de ser caminho,
De viajante sozinho.

Raquel Luiza da Silva

Hoje.


Hoje não quero tristeza ou momentos de incertezas,
Quero sentir o calor do sol na pele sem ter medo que isso me revele,
Num abraço apertado sentir o quanto sou amado,
Quero correr contra o vento, sorrindo para cada minuto do tempo,
Alçar imaginário vôo como pluma livre ao suave sopro,
Hoje quero parar e ver a vida passar,
Não quero saber de ficar sem entender das coisas os por quês,
Andar de pés descalços pelo gramado,sem ser visto como gesto inusitado,
Hoje quero viver sem entender,
Dançar na chuva, que molha do corpo cada curva,
Correr riscos apenas para entender que isso nem sempre é preciso,
Não quero perder o trem que na estação do meu peito vai e vem,
Quero gritar da janela que o mundo cheio de oportunidades me espera,
Ser andarilho de mim,em caminhos que nunca terão fim,
Hoje quero viver sem que nem porque,
Dizer as pessoas que se preocupem menos com tantas coisas,
Definitivamente não quero conhecer o lado ruim da humana mente
Quero fechar os olhos e viajar para qualquer lugar,
Quero ir á Europa e num instante mudar de rota,
Esconder-me apenas do que não posso sentir,
Hoje quero desligar a mente não quero saber dos problemas meus ou de tanta gente,
Quero sorrir sem sentir,
Sentar-me na beira da estrada feito gente sem casa,
Quero falar com Deus, hoje não para pedir, só para no meu intimo senti-lo sorrir,
Não vou olhar para trás, sei dos estragos que o tempo faz,
Vou comer o que quero, nada de pesquisar calorias zero,
Hoje não vou usar fórmulas para ser feliz,vou seguir o que meu coração diz,
Amarei os outros sem limites,não apenas porque Ele insiste,
Vou ver meu time jogar e se perder, azar,
Não quero me importar tanto com meus medos, hoje não vão superar meus desejos,
Hoje, quero a mim, num desejo de amar-me sem fim,
Quero uma solidão acompanhada,amigos invisíveis pela estrada,
Não sentir os pés o chão tocarem, mas sim flutuarem,
E se hoje acabar ao findar do dia,não quero estar vazia,
Quero ter vivido como num hoje infinito em mim,
Num sempre que se vai em paz nas doces mãos do tempo.

Raquel Luiza da Silva

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Fênix.


Passeio por entre meus destroços,
Dando de cara com as escaras abertas na alma,
Num flagelo repetitivo de sentimentos que vem e vão,
Na fragilidade desse corpo que outrora lhe pertenceu,
Hoje segue frio tal como teu coração,
Juntando os cacos coloridos de momentos,
De anos, meses, semanas, dias, horas, minutos, segundos,
Tentando entender o porque das coisas,
O porque de um fim tão dolorido,
Tão cheio de lágrimas,
Arrastado feito espíritos perturbados,
Dizendo adeus como se não fosse difícil para quem fica,
E eu fiquei aqui,
A olhar tua partida,
Apenas olhos rasos d'água perdidos na estrada,
E você?
Seguiu impassível sem olhar para trás,
E eu jurei,
Jurei reerguer-me,
Juntar todos os cacos,
Enfrentar todas as dores,
Dar cura a todas as escaras,
E aqui estou, saindo das cinzas,
Abrindo o peito a outra ou a tantas quantas paixões existirem,
Vivendo o presente sem pensar no amanhã,
Não mais lamentar partidas,
Apenas rejubilar-me com as chegadas,
Aqui estou eu, deixando na porta, do lado de fora da vida todos e tantos cacos,
Dando cor ao meu sorriso,
Tu fostes e eu fiquei,
E aprendi a renovar-me,
A transformar-me,
E a alma que tu escureceras agora é límpida,
Tal como o amor primeiro,
Saindo das cinzas e alçando vôo por tantos céus,
E se um dia te encontrar,
Sorrirei pelo teu adeus e seguirei,
Pois a estrada é contínua
O fim so existe para pássaros que se permitem a ficarem em meio as cinzas.

Raquel Luiza da Silva.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Lascívia


Quem é você que me tira o sossego?
Que me arrebata a uma terra de encantos sem medos,
Conduzindo-me pelas mãos como que perdida em mim mesma,
Fazendo meus pés tocarem o invisível de um céu todo azul,
Na imensidão do desconhecido entre norte e sul,
Perdida na devassidão de um desejo,
Na vontade de sentir teu calor,
Teu amor,
Entre juras e promessas,
Perdidas em outros sonhos, numa nova Era,
E o puritanismo de quantas vidas tive,
Se perde nesse instante em que a alma se redime,
E o que importa se difunde no tudo e no nada,
Seguindo o instinto,
Num ato contínuo...
Quem é você?
Arrebatando minha alma,
Sendo possuidor da voz que aos poucos se cala,
E os olhos se perdem no negror de seus cabelos,
Num balé de corpos suados,
De desejos libertos,
Na plenitude de um quarto que se torna o universo,
E a eternidade se rende ao momento presente,
Enquanto lá fora a vida segue seu ritmo de sempre,
Quem é você, perdido em mim?
Numa vontade sem fim,
Entre o Éden e a serpente que engana,
Entre gemidos e preces de quem ama,
Na praia, na rua na cama...
E a lascívia toma formas,
Na escuridão de um recanto sem normas,
Rompendo tantas estruturas do pensar,
Em atos, em beijos, em abraços...
E as horas correm num relógio de ponteiros de aço,
Num tempo que decorre sem pressa,
Enquanto me fazes mulher em seus braços.

Raquel Luiza da Silva.

Eterno.


Um dia as folhas caem das árvores,
Os amigos partem,
Os amores se renovam,
Pessoas descem á cova...
E você amadurece,
Se modifica,
Envelhece...
Seus filhos geram filhos,
Seu cão amigo adormece á soleira da porta,
E você começa a pensar em coisas com as quais realmente se importa,
Os filhos dos seus filhos já geram filhos,
E você vê a beleza da natureza,
Que rege o mundo com destreza,
E você um dia abre a janela e nota que o inverno chegou,
A tristeza costumeira das tardes frias, dizendo que pouco mudou,
E você se encanta com crianças á correrem pelo jardim cinza,
Como se não se importassem com o pouco que há ali de vida,
O cão amigo as observa pacientemente,como também encantado com o que vê,
E você nota o quanto valeu cada momento, orgulhoso de os tê-lo vivido,
Junto de seu cão, da familia amada, dos queridos amigos,
E seu sorriso não é de quem vê a vida partindo com os anos que passam,
Mas de alguém que se encanta com os dias que o abraçam,
E pensa que enquanto houver família, um cão amigo, crianças e um jardim,
Sua felicidade será eterna, ainda que tudo caminhe para um fim.

Raquel Luiza da Silva.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aprendizado constante.


Não sei qual é a distância entre o real e o imaginado,
Mas sei qual é a distância entre um desejo e a força de vontade,
Certa vez alguém perguntou-me de que valia-lhe os pés se não tinha caminhos para seguir,
Então descobri que os caminhos independem de ter pés ou não, existem pessoas que não os tem, mas seguem sempre em frente,porque caminhos são as oportunidades que se traça mesmo quando não se pode andar,
Não aprendi conceitos de medicina ou psicologia para entender os estragos e feridas que uma pessoa egoísta pode causar a outra,
Mas aprendi que se a pessoa ferida se render, ela nunca mais se reerguerá,porque o fracasso é feito da perda da capacidade de si mesmo, de se superar e superar os problemas que as pessoas egoístas nos causam.
Parei várias vezes vendo o pôr do sol, tentando entender porque tudo um dia se vai, inclusive as pessoas que amamos,
E descobri que é isso, todos teremos que ir um dia, agora ou amanhã, cedo ou mais tarde e que em outro plano ressurgiremos como o sol que se põe ao entardecer para ressurgir pleno em um novo amanhecer...
Aprendi a andar sozinha, sem esperar tanto das pessoas,
Mas descobri uma grande verdade, nunca se está sozinho quando se está consigo mesmo, e quando se está consigo mesmo se é capaz de ouvir o Deus que há dentro de si, tão grande e tão intenso na sabedoria do silêncio a que se converte.
Não há motivos para dizer que a vida é injusta em certos momentos, acaso sabe como se trabalha o ferro?
Pois bem, se não o sabe então esse é o momento, para que o ferro se torne maleável é necessário que o submeta a altas temperaturas, até que se torne em brasa viva, daí é necessário um martelo o qual o forjador usará para deferir golpes na peça, até que tenha a forma que lhe convenha,
Se a vida lhe parece injusta, dura tal como o ferro, sejas tu, tal qual um forjador que pacientemente torna maleável qualquer estrutura provada ao fogo e aos golpes.
Perdi-se o medo de lutar por objetivos, quando descobre-se que ninguém e nem nada tem o direito de se colocar entre si e o que anseia-se, porque todos temos capacidades suficientes para perseguir o que queremos.
Aprendi que o coração é algo de relativa estrutura, ora duro feito rocha, ora frágil feito bolha de sabão, porém sempre carecerá de reparos, seja quando for rocha, seja quando for bolha de sabão, pois nenhuma das estruturas permanecerá intacta.
Com os relacionamentos aprendí que quando se ama é magnífico transformar em eterno até o simples e imperceptível momento, mas quando o amor acaba deve-se ser breve em esquecer, pois quando algo se vai deve levar o melhor de nós e deixar o melhor de sí, para que os sentimentos não se tornem dores e frustrações.
Viver é uma arte quando se aprende á fazer coisas que gosta, ainda que seja um pequeno rabisco numa folha em branco, pois ali estará um pouco de si, todas suas emoções contidas em algo tão simples,
Talvez não consiga convencer o mundo de que ali esteja um pouco de si, mas sempre alguém olhará e verá a semelhança, pouco visível aos olhos da face,sempre existirá alguém que nos entenda.
Estou a aprender a apurar a minha paciência para requerer de forma doce e calma tudo o que aspiro, pois talvez as forças contra as quais luto não sejam pacientes, por isso agem sem pensar e seus estragos serão cada vez maiores, sempre maiores.
Por fim descobri que a vida será sempre um aprendizado e que cada dia será uma constante lição,que exige atenção, perseverança, disciplina, capacidade e sobre tudo vontade, vontade de perseguir sonhos sejam quais forem, pequenos ou grandes e que esses sonhos se convertem em objetivos em algum momento da vida para um dia enfim se tornarem realidade.

Raquel Luiza da Silva.

domingo, 18 de abril de 2010

Filosofia.


Nada nos bolsos,
Nada na mente,
Pés na terra,
Pés no chão,
Sentindo a liberdade,
Sem sabor,
Com cores,
Pintando caras no muro,
No muro que batem cabeças,
Para descobrirem soluções,
Soluções para os problemas da humanidade,
Ando com calma,
Sem olhar para trás,
Pintando muros,
Deixando que quebrem as duras cabeças,
Na descoberta de algo que eles já sabem,
Mas não assimilaram,
E as tintas são misturadas,
Com matizes exóticas,
E vou seguindo,
Deixando muros pintados,
Para ver se entendem que não precisam quebrar a cabeça se não criarem muros.

Raquel Luiza da Silva

sábado, 17 de abril de 2010

Tempo menino.


Tempo menino,
Menino sem tempo,
Correndo atrás de tudo,
Voando com o vento,
Menino de pés descalços,
Trazendo o amadurecimento em seu encalço,
Despreocupado com tudo,
Passeando por aqui,
Por ali,
Pelo mundo,
Menino sorridente,
Não se cansa de passar pela gente,
Brincando de Deus,
Brincando de ser diferente,
Levando...
Trazendo...
Construindo...
Desfazendo...
E o tempo é menino,
É menino sem tempo,
Brincando que sente ou entende,
As mudanças que faz na vida da gente.

Raquel Luiza da Silva.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Há um anjo em mim...


Há um anjo em mim,
Preso no emaranhado de sentimentos,
Que me invadem, que me atormentam,
Há um anjo em mim,
As vezes entediado,
Perdido entre o certo e o errado,
Tentando descobrir porque está aqui,
Há um anjo em mim,
Capaz de sentir as dores do mundo,
Capaz de ser tão alheio ao desejo mais profundo,
Há um anjo em mim,
Que busca uma identidade,
Que nem sempre trás em seu rosto serenidade,
Há um anjo em mim,
Por vezes revolto,
Por vezes frágil, por vezes afoito,
Há um anjo em mim,
Que se cala quando tem medo,
Que brada aos quatro ventos seus segredos,
Há um anjo em mim,
Que quer ver o sol nascer,
Que tem medo de não ver a luz da lua ao adormecer,
Há um anjo em mim,
Que acredita em um destino,
Que se perde na primeira curva do caminho,
Há um anjo em mim, banido do céu por sua fúria,
Que ganhou o céu por suas juras,
Há um anjo em mim que abraça o infinito,
Que questiona-se sobre o que está escrito,
Há um anjo em mim,
Que se abre em faces,
Que se fecha em fases,
Há um anjo em mim,
Que se martiriza por não acertar,
Que se liberta ao errar,
Há um anjo em mim,
Que persegue a própria voz,
Se desprendendo de difíceis noz,
Evoluindo em meu íntimo,
Sabendo tudo o que sinto,
Porque acredito que essa caminhada nunca terá fim...
Porque...Há um anjo em mim...

Raquel Luiza da Silva.

Sou...


Sou feita de vento,
Lampejos de ternura,
Preenchida com sentimentos,
Incorporada no seio dessa terra,
Carregando vidas,
Me tornando poetisa.
Sucinta por natureza,
Retirando do imaginado sua leveza,
Abrindo portas de mistérios,
Transpondo os portais do inferno,
Ao céu num rasante vôo,
Ouvindo anjos em coro,
Voltando á tão conturbada terra,
Numa vida humana que me espera,
Abraçando a ternura do imaginado,
Ao encalço de sonhos alados,
Moldando seres em palavras,
Apenas vistos por mim, sem serem abstratos,
E é assim que me sinto,
Metade livre,
Metade presa nesse recinto,
Feita de tantas vidas,
Transformando-me em plena poesia.

Raquel Luiza da Silva

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A meretriz



Já me deitei em tantas camas,
Aconcheguei-me em tantos braços,
Deixei meu batom em tantas bocas,
Adormeci em sonhos de cansaço.
Enlouqueci a muitos,
Sorri meu sorriso maquiado,
Escondi minhas lágrimas quando foi preciso,
Como pedras preciosas em escuros vidros,
Abracei a ilusão de tantos,
Colocando dúvidas sobre minha personalidade,
Se era de muitos ou se não era verdade.
Observei a noite desaparecer,
Como muitos que se iam ao amanhecer,
Apenas o dinheiro sobre o empoeirado móvel,
Era a lembrança de algo sóbrio.
E novamente ao cair da noite voltavam,
Como feras insaciáveis,
Sugando minhas forças pelo desejo,
Mergulhando suas frustrações em meus beijos,
E me tornava a feiticeira, a santa a louca,
Perdida em peles sem roupa,
No gemido do entorpecente prazer,
Desaprendendo o que de fato é viver,
Novamente o dia e todos se iam,
Deixando de lado as vadias,
Passeando pelas ruas com suas amadas,esposas, namoradas...
E eu feito gata perdida a esperar a noite,
Para vangloriar-me de tê-los em minha cama,
Ensinando-os como se ama,
Perdidos em lençóis de cetim,
Nos braços da meretriz de lábios carmesim.

Raquel Luiza da Silva

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Balé


Vejo ao longe vultos,
Corpos perdidos por entre a densa névoa,
Corpos que parecem dançar ao som das ondas do mar,
Num bailar indelével no ritmo do vento que me congela os ossos,
O dia irá amanhecer em breve,
O sol logo dissipará a névoa aos seus primeiros clarões,
E eu ficarei por aqui, entre as pedras,
Vendo findar o esplendoroso balé do invisível,
De corpos intocados,
De corpos imaginados,
Que só podem ser vistos por entre a névoa,
Ao som das ondas,
No ritmo do vento,
Por olhos sensíveis que se perdem em meio ao impossível.

Raquel Luiza da Silva

terça-feira, 13 de abril de 2010

Palavras


Um dia as palavras adormecem como anjos calados,
Como pássaros tristes em dias cinzentos,
Adormecerão em um velho baú até poderem voltar,
Não estarão mortas, apenas adormecidas,
Talvez trancadas em si para serem gritadas com toda força,
Força de vários pulmões invisíveis,
Enchendo de fôlego a alma que sentia-se sem forças,
Enchendo de sons a vida que pensava não existir,
Mas enquanto esse dia não chega as palavras adormecerão,
Amadurecendo, sentindo a si mesmas,
Descobrindo seu real valor e sua real necessidade,
E quando voltarem,
Não serão apenas palavras soltas ou talvez presas,
Serão palavras que trarão o real sentido de o serem,
Transformando e alimentando tantas outras almas ainda mudas,
Mudas como anjos calados,
Ou como pássaros em dias cinzentos.

Raquel Luiza da Silva

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Imenso céu.


Pensei que tivesse asas,
Tocando a imensidão de um céu que não era meu,
Almejando um espaço que a mim não pertencia,
Tentando afastar horas e horas de melancolia,
Voei, nessa terra de desconhecidos planos,
De sons indecifráveis,
Relutante entre o divino e o humano.
E a sabedoria de tantos anos abandonei em algum canto,
Querendo apenas sentir, sentir...
Esse doce sonho imaginado antes de o sono vir,
E aos poucos minhas asas foram desaparecendo...
Como feitas de fumaça ou vento,
E caí na realidade,
Abrindo os olhos com reflexos de medo,
Medo de descobrir que não era de verdade,
E o céu continuava alí,
Na grandiosidade de meu tormento,
Mostrando que o coração é assim,
Imenso céu,de sentimentos sem fim.

Raquel Luiza da Silva


Ao Vi,sem complicações.

Carta de amor.


Queria eu aprisionar todas as minhas vidas num único abraço,
Entender a beleza real dos sentimentos que me circundam,
Apenas para descobrir no calor de teus beijos a real razão de viver.
E teu amor me bastaria nessa terra de sonhos, de ilusões efêmeras,
De inexplicáveis sentimentos onde o amor se cala diante dessa tal razão,
Razão que não que explica a ausência ou peso da saudade.
E num papel faço por zelar todo meu sentimento,
A te encontrar em algum lugar,
Em alguma parte,
Em algum canto, desse recanto imenso,
Onde te escondes de meu calor, mas não poderá fazê-lo do que sinto, do que sentes.
E assim vou seguindo,
Contando sois, contando luas...
Num passo infinito de dias, meses e anos,
Aprisionado nas horas dessa era,
E eu te procuro loucamente na imensidão de meu infinito,
Seguindo sem rumo,
Sem saber explicar ao coração que seu amor lhe basta,
Que apenas teu calor,
Somente teu calor o aquecerá, derretendo todo gelo de desilusões anteriores,
E tu, somente tu será capaz de encher minha vida com o verdadeiro amor,
Preso numa folha de papel, mas com a liberdade e a graça das aves do céu.

Raquel Luiza da Silva

Para cada coisa existe um tempo.

"Existe um tempo para cada coisa debaixo dos céus..."(Eclesiastes capt 3)

Um dia você para e se questiona sobre a existência de Deus, sobre a maneira como as coisas acontecem em sua vida, ou simplesmente como elas não acontecem.
Então acaba deixando ao acaso tantas coisas maravilhosas que já viveu, apenas por um motivo que você julga como grandioso e talvez nem o seja.
Esperar, é algo que leva ao amadurecimento do ser humano, talvez você não mereça agora o que quer, talvez não saberia lidar agora com o que quer, por isso, existe um tempo para cada coisa debaixo dos céus, para que você aprenda e cresça nessa espera evolutiva.
Como seria bom possuirmos tudo o que desejamos, mas será que com a facilidade das coisas saberíamos dar o devido valor ao que aspiramos?
Por um bom tempo, após sair de um trabalho que me estava a deixar doente, pensava em maneiras de mostrar as pessoas todas as más qualidades do meu ex chefe, pelo fato de ter me negado meus direitos trabalhistas, mas descobri que estava errada, que devia mostrar as pessoas o quão boa fui em minha profissão, e é nessa espera de meus direitos que estou a amadurecer, como pessoa, meu ex chefe não sei se um dia irá aprender algo, mas eu, enquanto espero tento ser melhor em meu aprendizado pessoal.
O tempo de Deus é isso, um encontro de você com suas emoções, ensinando a saber transpor provações no intuito de se tornar melhor e menos vulnerável ás suas vontades.
Mas esse momento não deve ser visto como conformismo, por isso entenderá que manter sua vida na ação da busca de seus sonhos é alcançar vários patamares, gradativamente até chegar ao cimo, momento este que saberá ser o momento certo.
Então, se você está prostrado diante de dúvidas a cerca de suas capacidades ou sobre a ação de Deus em sua vida, pense que se chegou até onde está hoje foi seguindo fases, etapas, não importa em que situação esteja agora, acredite e espere sempre, pois é na esperança que alcançaremos o que desejamos.

Raquel Luiza da Silva

domingo, 11 de abril de 2010

Luto.


Sobre o corcovado o Cristo de braços abertos abraça o Rio,sem poder tocar a dor de quem perdeu tudo,a dor de quem perdeu alguém, de quem perdeu o "mundo".
Não há quem não sinta o sofrimento de tantos irmãos anônimos, que choram pelos seus mortos, de ver tanta lama por cima de tanta gente.
De quem é a culpa?
Do povo que não tem onde morar?
Dos governos que permitiram o povo ficar?
Acho que não é hora para tanta discussão, aconteceu, é realidade a destruição em vários morros da maravilhosa cidade,agora é hora de solidariedade, já que não souberam discutir antes, agora não adianta fugir.
Sobre o corcovado o Cristo de braços abertos não vai cair, porque ele é cartão postal, nunca será esquecido como todas aquelas favelas, como todo aquele povo, gente humilde, gente trabalhadora, gente do morro.
Que o Cristo lá do alto, não do corcovado, mas dos céus, acolha os filhos que se foram, e dê paz e conforto, á toda aquela gente que perdeu tudo, que perdeu seus sonhos, lá embaixo do morro.

Raquel Luiza da Silva.

O amor...


O amor...
Vem devagazinho,
Abrindo caminhos,
Cegando convicções,
Transpondo emoções,
E quando se percebe toma o coração feito terrível febre,
E sua cura estará nos braços de quem o merece,
E ai, se torna calmo,
Mágico,
Incalculável,
E se pensa que tem o mundo nas palmas das mãos,
Conquistando todas as vertentes da razão,
E o coração feito bobo á bater por um olhar,
Descobrindo em si a maior arte,
A arte de amar.

Raquel Luiza da Silva

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sentimentos humanos


Encontrar em poucos dias a sabedoria de anos,
Oculta na imperfeição do que se quer ver,
Acreditar seria o certo para nunca sofrer,
Buscar na realidade o que é,
De forma a não cegar o que se sente,
Acreditar nem sempre é o primeiro passo,
Pensar antes é dominar espaços,
Quem nunca confiou em alguém e viu-se decepcionado?
Quem nunca devotou afeição a alguém e se viu traído?
Prova que sempre nos falta percepção,
Agimos muito com o coração, deixando de lado a razão,
O ser humano é o maior artista,
Domina com perfeição as imperfeições existentes em si,
De tal forma que cega seu público,
Fazendo acreditar que são reais seus sentimentos,
E assim, seguiremos nós,
Sempre humanos,
Rindo,
Chorando,
Nos enganando,
Até que descobriremos que o perfeito se manifesta na imperfeição,
De cada sentimento humano,
De cada coração.

Raquel Luiza da Silva

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Opus Magna




A busca ainda é tão secreta quanto os medos que cercam os segredos,
Alguns se esgueiram pela cidade que adormece, outros simplesmente enlouquecem,
Objetivo de anos, de tantos que se aventuraram seguindo mapas, pistas falsas,
Porém ela ainda adormece em algum lugar, no centro da terra ou no fundo do mar.

A fogueira engoliu tantos corpos, Idade Média que transformava tudo em demonismo, heresia,
Fantasiar era algo que não se podia, falar então da Pedra Filosofal era sim, um grande mal,
A busca era oculta, nas sombras, em segredo, não podia haver ruídos, era a Era do medo, do sonho escondido.

Os desejos envoltos em segredos ocultos em cada peito, almejando a pedra para obter a imortalidade, ou ainda, transformar o simples metal em ouro, acumulando fortuna, angariando tesouros.
Do mais poderoso ao pobre artesão, é ainda sonho, ter a Opus Magna nas mãos,
Se aproximar de Deus e enlaçar a vida além do céu, alcançando a façanha do lendário Flamel.



Raquel Luiza da Silva

Voz da liberdade.


Quero muito de mim nesse país, nessa terra,
Na imensidão de fragmentos que em algum peito se encerra,
Na clareza da paz que se almeja,
Sem ter medo de levá-la onde quer que seja,
Quero muito de mim oculto nas palavras,
No que eternizo no papel ou o que se vai nas falas,
Abrindo o oculto a olhos aprendizes,
Do que se guarda ou do que se vive,
Quero muito de mim no sorriso aberto,
De quem nem sabe por que o abre ao certo,
Deixando se levar sem medos,
Gritando ao mundo seus belos segredos,
Quero muito de mim em toda parte,
Invadindo, sem criar alarde,
Tocando de várias formas a humanidade,
Quero poder ouvir a minha canção,
E os povos acreditando em minhas verdades,
E se abrindo á mim, doce e plena Liberdade.

Raquel Luiza da Silva

Algo que me falta.


Acho que me falta algo,
Perdido entre o certo e o acaso,
Me fazendo falta,
Sem me assustar a alma,
Algo que me foi há muito roubado,
Por mãos de um anjo almejado,
Tão doce,
Tão meu,
Tão imaginado,
Tinha o brilho das estrelas no sorriso,
Seus belos olhos refletiam o paraíso,
Parecia tão sincero, tal como a serpente do Éden,
E eu me apaixonei,
Me sentindo as vezes lacaio, as vezes rei...
E construí castelos,
Me senti dono de impérios,
Fiz poemas,
Dramas,
Cenas,
E meu anjo parecia tão real,
Numa visão incompreensível de bem e mal,
E eu me apaixonei...
Sem saber se meu anjo também sentia,
Aquele sentimento que me possuía,
E quando descobri que não,
Já era tarde,
Eu não conseguia acreditar na verdade,
Sei que me falta algo á bater no peito,
E sigo a procura daquele anjo que se foi sem me entender direito,
Anjo sem compaixão,
Que levou consigo o que me falta,
Meu pobre e incompreendido coração.


Raquel Luiza da Silva

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Nada é por acaso.


Eu poderia parar por aqui e deixar a vida passar,
Me seria cômodo acreditar que tudo está predestinado a um dia acabar,
Toda beleza...
Toda vida...
Toda certeza...
Seria fácil fechar os olhos e esperar o fim,
Simplesmente esperar o fim de mim,
Sem palavras...
Sem dor...
Sem amor...
Matando todas as minhas esperanças,
Como se fossem ingênuas crianças deixadas aos acaso da sorte,
Apenas aguardando um dia que me viesse a morte,
Porém, acredito no destino,
Nada é por acaso quando se tem um caminho,
Não saberei o que me virá,
Mas tenho armas para sempre lutar,
Sabedoria...
Inteligência,
Disciplina...
Aprendizado constante também é algo que me será importante,
Abraçando os sonhos,
Para que não se percam em mundos de assombros,
Seria fácil esperar o tempo passar,
Mas aprendi que estou aqui e tenho algo pelo que devo lutar.

Raquel Luiza da Silva

domingo, 4 de abril de 2010

Vou-me embora



Vou-me embora,
Cansei de ficar aqui e ver o tempo a tudo ruir,
Vou levando em minha bagagem histórias,
De coisas que vivi e de momentos sem glórias,
Gente que passou, gente que ficou...
Caminhos que trilhei e outros que simplesmente apaguei,
É o tempo certo das memórias incertas,
Do que não se observa pelas arestas,
Numa busca inexplicável,
De algo que me parece ousado,
Levando um coração aventureiro no peito,
Que diz que tudo nesta vida tem jeito,
Ainda que nem sempre se acredite,
A sorte sempre abrirá uma porta,
Basta estar atento aos seus palpites.

Raquel Luiza da Silva

sábado, 3 de abril de 2010

Voz interior


Ouço uma voz, vinda de algum lugar,
Não me diz quem é e nem o que fará,
Me questionando de quantos "eus" sou feita,
Respondo-lhe que de matéria humana e imperfeita,
Por vezes será única,mas por vezes em outra se muda,
E a voz continua, me questionando sobre meus defeitos,
Invadindo espaços que são meus por direito,
E não sei como a fazer calar,
Pois se esconde em todo lugar,
Dizendo-me que devo ter coragem,
Ou as vezes que o erro não é uma vantagem,
Me diz quando abrir os olhos ou fechar,
Quando devo estar aqui ou em outra parte,
Sussurrando sempre ao meu ouvido,
Como que livrando-me do perigo,
E eu a ouço sem saber porque motivo,
Se não a vejo ou posso tocar,
Invadindo meus espaços, estando em meu lugar,
Indagando-me sobre meu real valor,
E sigo tentando entender qual é o verdadeiro papel, de minha voz interior.

Raquel Luiza da Silva

Espelhos.


Os olhos pousam sobre a superfície do espelho sem reflexos,
Não há nada que reflita pensamentos sem nexo,
Linguagem muda de um coração que pouco sente,
Apenas consente,
Não traduz em língua alguma sua melancolia lancinante,
Parece complexo e ao mesmo tempo coadjuvante,
E os olhos que outrora a beleza vislumbravam,
De tão úmidos parecem espelhos,
Espelhos da alma,
Embaçados de um sereno salgado,
Refletindo o que não se pode tocar,
Sentimentos mudos e vazios,
Que não se conseguem esconder num olhar,
Porque os olhos sempre dizem o que o coração insiste em não querer contar.

Raquel Luiza da Silva.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Dance


Seu corpo contra o meu,
Nossos corpos sincronizados,
Dance comigo esta noite...
Feche os olhos e deixe-se levar...
É o som,
É o ritmo,
Somos nós,
Dance comigo esta noite...
Venha para mim,
Sinta minha respiração,
Olhe em meus olhos,
Gire...Gire!
Agora enlace-me em seus braços,
É o som,
É o ritmo,
Somos nós,
Sinta meu corpo,
Deixe seu corpo em minhas mãos,
Veja todos esses olhares, são para nós!
Esqueça o mundo,
Temos o mundo nas pontas dos pés,
Dance comigo esta noite...
Mexa-se, deixe sua sensualidade em evidência,
É o som,
É o ritmo,
Somos nós,
Abra os braços, alcance a liberdade!
Seus braços novamente á me enlaçarem,
Seus olhos nos meus,
O som de nossos passos,
Deixe-se levar pela canção,
É o som,
É o ritmo,
Somos nós,
Dance comigo essa noite...
Venha para mim,
Isso!
Deixe seu corpo colado ao meu, gire!
Enlace sua perna em minha cintura,
Solte seu corpo...
É o som,
É o ritmo,
Somos nós
Sorria você merece os aplausos,
Foi ótima!
Temos o mundo nas pontas dos pés.
Dance comigo esta noite...

Raquel luiza da Silva.

O semeador


Não conheço estes campos em que semeio,
Apenas deixo os grãos sobre a terra,
Vou seguindo meu caminho,
Deixando apenas pegadas,
Um dia talvez volte para ver os frutos,
Mas não há tempo para pensar no tempo que virá,
Vou seguindo, apenas semeando,
Não me importo com o tempo,
Sei que boas sementes superam desafios,
Eu supero desafios,
Cada minuto das horas é precioso,
Não posso ficar aqui e esperar,
Tenho que seguir,
Tenho que semear,
Passando por vidas,
Vendo a morte a ceifar,
Sentindo frio,
Sentindo medo,
Mas sempre seguindo,
Parando para um breve descanso,
Continuando,
Conhecendo e desconhecendo,
Vivendo o aprendizado de tantas escolhas,
Na semeadura de tantas juras,
Tenho que seguir,
Tenho que semear,
Vendo a chuva a lavar a terra,
Muitas sementes morrerão eu sei,
Apenas as fortes permanecerão,
Não tenho tempo para lamentar,
Por isso tenho que seguir,
Acreditando,
Semeando...
Talvez um dia eu veja os frutos,
Talvez um dia eu colha os frutos,
Talvez um dia eu acredite que pessoas se saciaram,
Nos frutos das boas ações que minhas mãos semearam.

Raquel Luiza da Silva

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sonhos.


Talvez eu nunca chegue a ser o que sempre sonhei,
Debruçada no zelo de tão estranho caminho,
Correndo por entre brumas e espinhos,
Abraçando a sorte que por vezes me escapa entre os vãos dos dedos,
Segredando ao mundo meus mais temíveis medos,
E não sei onde me dói,por diversas vezes é a consciência que se corrói,
E sentada á beira do caminho, a espera do tão indomável destino,
Cegando a percepção do que é belo,
Abrindo os olhos ao meu próprio flagelo,
Passando por tantas vidas,
Sem entender a que é minha,
Deixando correr lágrimas que se perdem na poeira,
Desaparecendo como desejos sem eira nem beira,
E como cego viajante,
Vislumbrando o que se segue doravante,
E a cegueira do inconsciente, como transe me enche,
Logrando de tanta agonia que me abala,
Diante de um sorriso que se cala,
E aos meus olhos o mundo se torna cinza,
De sentimentos que me aterrorizam,
Me aprisionando em algum mundo,
Retirando de mim o que há de mais profundo.
E o eco de minhas vozes interiores,
Se espalha como pedintes de favores,
Na esperança de que alguém as ouça.
E assim vou seguindo nessa vida,
Sem saber se de fato é minha,
Entregue á sentimentos que não conheço,
Que as vezes de mim se fazem avessos,
Abraçando sonhos que sempre sonhei,
Na imensidão de um futuro que nunca imaginei.

Raquel Luiza da Silva