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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Fênix.


Passeio por entre meus destroços,
Dando de cara com as escaras abertas na alma,
Num flagelo repetitivo de sentimentos que vem e vão,
Na fragilidade desse corpo que outrora lhe pertenceu,
Hoje segue frio tal como teu coração,
Juntando os cacos coloridos de momentos,
De anos, meses, semanas, dias, horas, minutos, segundos,
Tentando entender o porque das coisas,
O porque de um fim tão dolorido,
Tão cheio de lágrimas,
Arrastado feito espíritos perturbados,
Dizendo adeus como se não fosse difícil para quem fica,
E eu fiquei aqui,
A olhar tua partida,
Apenas olhos rasos d'água perdidos na estrada,
E você?
Seguiu impassível sem olhar para trás,
E eu jurei,
Jurei reerguer-me,
Juntar todos os cacos,
Enfrentar todas as dores,
Dar cura a todas as escaras,
E aqui estou, saindo das cinzas,
Abrindo o peito a outra ou a tantas quantas paixões existirem,
Vivendo o presente sem pensar no amanhã,
Não mais lamentar partidas,
Apenas rejubilar-me com as chegadas,
Aqui estou eu, deixando na porta, do lado de fora da vida todos e tantos cacos,
Dando cor ao meu sorriso,
Tu fostes e eu fiquei,
E aprendi a renovar-me,
A transformar-me,
E a alma que tu escureceras agora é límpida,
Tal como o amor primeiro,
Saindo das cinzas e alçando vôo por tantos céus,
E se um dia te encontrar,
Sorrirei pelo teu adeus e seguirei,
Pois a estrada é contínua
O fim so existe para pássaros que se permitem a ficarem em meio as cinzas.

Raquel Luiza da Silva.

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