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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ogunhê


Rompendo as pretensões,
Do tempo sem razão,
Morre o corpo,
Mas não morre a alma de quem espera,
Diante do inimigo se abre a terra,
No tinido da espada,
Da lança por mãos humanas intocada,
Diante de olhos que nada podem ver,
Ô meu pai,
Ogunhê
Se me faltam forças diante do inimigo,
Se me falseiam os pés diante do perigo,
Se os olhos turvam sem ver o que há,
Sei que meu pai lá estará,
E no invisível,
Na força do temível,
Pisando dragões e serpentes,
Atravessando o fogo, quebrando correntes,
Diante de olhos que nada podem ver,
Ô meu pai,
Ogunhê
Na travessia do incerto,
Na mata ou no deserto,
Põe se valente ao encalço,
Para que meus pés não pisem em falso,
Mostrando tantas armadilhas,
Diante da visão o que nada se via,
E a voz ouvida no silêncio,
No cuidado de seus rebentos,
No complexo do que não se pode entender,
Ô meu pai,
Ogunhê

Raquel Luiza da Silva.

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