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sábado, 22 de maio de 2010

Abolição


Disseram que a liberdade do negro veio da ponta da caneta de uma princesa,
Mulher nobre da realeza,
Mas não podiam entender que o negro já era livre,
Que as correntes eram apenas dos ignorantes um deslize,
Que prendiam as mãos e os pés,
Mas não lhes acorrentavam na alma a fé,
E aqueles homens por algum instante pensaram serem donos,
Do corpo julgado pela cor, fadado pelo destino ao abandono,
Se entregar não era do feitio daquele povo,
Porque a alma era livre habitando o cativo corpo,
E na revolta latente,
A imagem de tantos rostos se fez presente,
Na revolução de tantas cabeças,
Não sabia a princesa que mais força tinha aquela gente do que as palavras de sua caneta,
E surgiram os heróis, homens de cor trazidos pelos mares,
Salve grande fantasma! Salve Zumbi dos Palmares,
E a força da alma juntou-se a do corpo,
E o negro mostrou que não se renderia a tanto desgosto,
E a caneta da princesa foi apenas um pretexto da realeza,
Pois se não fosse ela, um dia o negro seria livre com certeza,
Pela sua força, pela sua raça,
Pela história traçada na pele feito um fiel mapa,
E hoje a caneta da princesa tem pouco efeito,
Pois ainda há gente que vive a era do preconceito,
E o negro mais uma vez luta,
E os heróis estão espalhados por ai, pelas ruas,
Mostrando que a abolição não foi fruto apenas de palavras num papel,
“Dando” liberdade ao povo de cor a princesa Isabel,
Porque hoje se luta para que ela aconteça na mente,
De tantos escravos livres que são cativos pelo preconceito que ainda sentem.

Raquel Luiza da Silva

Um comentário:

  1. E A LUTA NÃO PODE PARAR! SE CORRENTES DE FERRO, DO TRABALHO ESCRAVO NÃO MAIS EXISTEM; EXISTEM AS CORRENTES DO PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO SOCIAL. QUE O PASSADO FIQUE NA NOSSA MEMÓRIA, MAS SEMPRE COM O OLHAR NO PRESENTE/FUTURO; POIS NOVAS CONQUISTAS VIRÃO. A LUTA CONTINUA!!!

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