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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Olhos tristes.


O trem já partiu,
Na estação apenas algumas pessoas com o semblante sombrio,
Fico a ver a paisagem acinzentada do inverno,
Belo quadro de triste pintor sem o devido mérito,
Um cão sozinho me faz companhia,
Talvez sinta como eu o incômodo de se estar sozinho,
Sou quase imperceptível em meu casaco preto,
Passam tão rápido que não notam que ainda é cedo,
Cedo para o próximo trem que atravessa cidades e terras...
Uma tosse rouca, um cheiro de cigarro, na boca um gosto amargo,
No bilhete de viagem uma luz no fim do túnel,
Ou talvez seja simplesmente uma passagem para terras distantes
Mudar as coisas, ser e viver não como antes,
Alguém canta uma canção,
Talvez algum mendigo a espera de algum bom coração,
Enfim a fumaça ao longe é o sinal,
Dando liberdade a mim simples mortal,
E a canção metálica de rodas sobre os trilhos,
Acende em meus olhos inigualável brilho,
Passos ligeiros, homens crianças, cargueiros...
Me acomodo de algum modo,
Vejo pela janela rostos sombrios,
Acenos e alguns tímidos sorrisos,
Os olhos tristes do pobre cão me fitam,
Sinto um certo aperto no peito,
Não posso entender direito,
Nunca me prendi a nada,
E aqueles olhos tristes me fizeram ficar calado,
Enquanto os passageiros se despedem dos parentes seus,
Apenas um pobre cão que conheci na estação, com olhos tristes me diz adeus.

Raquel Luiza da Silva

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