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domingo, 23 de maio de 2010

Meu outro ser


Posso ver além do que meus olhos conseguem enxergar,
No anonimato se escondem talentos abstratos,
Figuras que moldo em momentos,
Muitas vezes posso ouvi-las gritar em pleno silêncio,
Fazem de minha imaginação cidade de sonhos,
Passeiam por mim sem nenhum assombro,
E eu acredito que sou assim,
Parte delas em mim,
Transformando o que não posso ver em algo que se possa sentir,
Exteriorando minha capacidade de exprimir,
E minhas várias faces são feitas de fases,
Me navegando como em desconhecidos mares,
Abraçando corpos sem vida, porém não mortos,
Enxugando lágrimas que jamais irão cair,
Numa realidade na qual sempre irão existir,
Na dor de quem não posso sentir,
Na velocidade que nunca irei atingir,
Em cores, palavras, nascem amores,
E é assim meu outro ser,
Ouvindo a voz de versos que insistem em viver,
Abraçando a eternidade de palavras que nunca se acabam,
Na arte milenar do ser, ter e poder,
Eu existo porque minhas palavras não se calam,
Se abrem, se fecham e por mim falam,
Tão incontroláveis quanto inimagináveis,
Refletidas em olhos que jamais verei,
Na longitude de lugares que jamais pisarei,
Mas assim me transporto,
Nos braços dos versos,
Em momentos certos ou incertos,
Que se abrem como doces oásis em mim que sou, extenso deserto.

Raquel Luiza da Silva

Um comentário:

  1. amei o texto, se quiser passa no meu blog, bjs
    http://www.raqueluiza.blogspot.com/

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