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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Pobre palhaço.


Lembranças mortas deixadas ao relento,
Palavras perdidas nos vãos do silêncio,
Sentimentos torpes,
De um pobre palhaço sem trupe,
Na negra agonia que o nutre.
Numa canção cantada na infância,
Sobre algo que morre, não dança,
Carregando no peito sua máquina humana,
Um coração que não bate, arranha.
E na garganta um grito selado,
Amargo, gelado...
E o triste palhaço não sabe sorrir,
Quanto menos para onde seguir,
E sua peregrinação será eterna,
Nessa vida, nessa terra,
Porque o corpo se vai, mas a alma jamais.

Raquel Luiza da Silva.

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