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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Quando o amor acontece em apenas um coração.


Palaciano sentimento de um coração em desalinho,
Abre se á voz do vento, encubado em seu ninho,
Falam-lhe de amores heróicos,
De amores insanos, que povoam sentimentos,
Que correm além dos anos, perpetuam além do tempo.

Num peito que de esperanças vive,
Povoa pensamentos em deslize,
Sofrendo entre o que é real e o que é ilusão,
Abrindo-se em pura decepção.

Pensamentos tão profundos,
Suavizam de modo sem desejo,
O que rompe na mente, o que explode no peito,
Desintegrando em partículas sóbrias,
O que não se pode solidificar.
Abrindo na memória o que não se pode lembrar.

Fatal adaga invisível,
Lâmina de transparente aspecto,
Fecha os olhos ao perigo, os abre no abismo incerto,
Em pegadas sobre folhas mortas,
Rastejar por entre terras tortas,
É a secura da imensidão,
Do que não se pode dizer ao coração.

E o peito é a morada de tais sentimentos,
Sôfrego aspirar em desalento,
Fábula de sonhos em tormento,
Cala-se a boca ao puro sentimento,
Que se dobre em respeito á verdade,
Mas não sabendo o valor de sua vã sanidade,
Desprendendo-se de todo ardil,
Fazendo poemas sob o céu em anil.

E abre-se a alma, sem saber o que lhe abala,
Dizem que o sentimento tudo acalma,
Seguindo a sonhar com o que lhe é tão caro,
O coração às vezes aspira pelo que não pode ter,
Que de tão puro lhe chega á doer,
Implorando pelo que não é seu,
Se debatendo como febril sonhador,
Só quando acorda é que descobre que não se pode aprisionar o amor.

Raquel Luiza da Silva.

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