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sábado, 31 de julho de 2010

Será?


Não sei de muitas coisas,
Não quero tantas coisas,
Se me perguntares o que levo em meu alforje invisível,
Direi que aos teus olhos são coisas impossíveis,
Talvez aos meus também o sejam,
Mas prefiro vê-las como simples versejo,
Melodia muda a ouvidos perfeitos,
Sabor amargo ao palato apurado,
E aos olhos de lentes cristalinas,
Não passarão de abstratas rimas,
E se mesmo assim não estiveres satisfeito e quiseres saber o que trago no peito,
Deixarei fluir num sorriso meio que sem jeito, toda possibilidade de veres meus defeitos,
Pois sou um pouco de tudo,
Oposto e junto,
Concreto e imaginado,
Com sentimentos que trazem o ritmo de carnaval, ou a tristeza do fado,
Anjo sem asas, anjo alado,
Falar do que trago no peito...
É mesmo algo imperfeito no tocante dessa minha pura razão,
Será mesmo que existe alguém que conhece a fundo o próprio coração?

Raquel Luiza da Silva.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Apreciar


Devemos olhar mais o céu e apreciar as estrelas,
Nossos problemas nos cegam a ponto de não sabermos mais quem somos,
Explorando tantos espaços e deixando o que nos cerca de lado,
Devemos olhar mais o céu e apreciar as estrelas,
Enquanto há céu e enquanto há estrelas.

Raquel Luiza da Silva.

domingo, 25 de julho de 2010

Divã


Diga-me de onde vens,
Conte-me teus segredos,
Deixe-me mergulhar em teu íntimo,
Vasculhar cada espaço de tua organizada vida,
Bagunçar cada espaço das verdades que acreditas,
Abra-se diante de meu olhar, como num divã,
Fale-me sem medo,
E sejas tu a fazer dos momentos, belos enredos,
E se eu por acaso disser que não me importo,
Não leves á mal minha verdade real,
Tenho uma vida que também é minha,
Cheia de dores, cheia de rimas,
E talvez queira conhecer tantas outras,
Para entender que a vida é um mistério,
Que alguns levam ou não á sério,
Um presente,
Que muda de formas, do triste ao contente,
Se me disser o que pergunto de ti,
Descobrirá também as verdades da vida que há em mim.

Raquel Luiza da Silva

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Pensamento.


Existem pessoas vazias, que deixaram-se levar por amores não correspondidos ou sonhos frustrados, que deixaram-se perder em algum momento, em alguma curva do caminho.
Pessoas que desaprenderam a sorrir, que deixaram de lado tantos valores porque suas feridas estavam expostas, feridas invisíveis aos olhos da face, mas tão reais aos da alma.
Existem pessoas que continuam a sorrir, mas o sorriso é apenas uma máscara que encobre o estrago que possuem dentro de si e enganam aos outros e enganam a si mesmas, fazendo acreditar que são exemplo de vida, mas enfim...Choram sozinhas e o fazem sem que ninguém as veja,porque temem que a fragilidade que trazem consigo as tornem mais fracas e vulneráveis ás verdades que não querem conhecer.
Então tantas pessoas caminham sozinhas em meio á uma multidão, porque não aceitam a mão que lhes foi estendida e continuam a seguir, cheias de marcas não cicatrizadas as quais espalham sua pústula por onde passam...
Simplesmente existem pessoas...
Que deixaram se levar, como folha seca ao vento, sem direção certa, sem caminho traçado e por vezes se dão bem, porque usaram do improviso e do que encontraram pelo caminho para construirem seus castelos.
Nem sempre as pessoas se encontram ou se encontrarão,vagarão perdidas, pelo simples fato de não descobrirem suas reais capacidades, entre elas a capacidade de atrair para si tantas e tantas outras pessoas com o que de bom trazem consigo, infelizmente muitas partirão sem descobrir o quanto poderiam ter sido importantes para alguém ou o quanto poderiam ter mudado a vida de alguém.
Que você não parta sem mostrar ao mundo seu real valor, se possui feridas, permita-se ceder á mão que lhe é estendida, ninguém é tão forte que não sinta dor e nem tão fraco que não possa suplicar pela cura.
A maior fraqueza de nós humanos, pessoas, é acreditarmos que tudo podemos e nada aos outros devemos.
A vida é uma grande escola, de médicos e de loucos, onde herdamos um pouco de tudo. Que na medicina da vida, saibamos curar quem a nós se achegue com as feridas da alma expostas e que sejamos loucos o bastante para mudarmos o que parece impossível, nosso próprio interior.

Raquel Luiza da Silva.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O bom Samaritano



Quero um pouco de luz nas trevas de meu orgulho,
Abrir as portas do peito e encher-me da paz para a qual criei muros,
Nem sempre consigo ver os sinais que me aparecem,
Talvez penso que são apenas manhãs que se repetem,
Sempre tapei os ouvidos quando não queria escutar,
Então os gritos se fizeram agudos para me atormentarem,
E nos atos característicos de meus repetitivos dias,
Abri os olhos para ver o que pouco se via,
Abriguei tantos maltrapilhos de sentimentos em meus braços,
Dei colo a quem tinha cansaço,
E aprendi a ter palavras,
Coisas que outrora não me valiam de nada,
E vieram á mim de tantos lugares,
Cortando terras e singrando invisíveis mares,
E comecei a entender que um abraço e uma palavra amiga eram o suficiente para alimentar muita gente,
E então descobri a carência do ser humano,
Que da vida faz tantos planos,
E se perde quando descobre que a fiel riqueza,
A qual não soube cuidar com fiel destreza,
Não estava em meio ás jóias de inestimável valor,
Mas sim na singeleza do simples ato de transmitir aos outros um pouco de amor.

Raquel Luiza da Silva

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Poema.


Apenas um poema não consegui consertar,
A vida, com suas rimas e formas de rimar,
Claro que se pudesse mudaria tantas coisas,
Mas...
Se mudasse a rima não mudaria também sua mestria?
Pois bem, que continue esse poema até o final,
E no ultimo ponto,
Na certeza de tantos encontros e desencontros,
Essa é a beleza infinita,
Que não se molda e nem se complica,
A vida é o único poema sem modificação,
Que apenas em face da morte muda sua direção.

Raquel Luiza da Silva.

domingo, 18 de julho de 2010

Realidade.


Não preciso de óculos para ver a complexidade das coisas,
A estampa sangrenta dos noticiários já enjoa,
A morte fotografada em vários ângulos,
Parece montar guarda nesse mundo que não lhe é de estranhos,
A economia que entra em recessão,
É a falta na mesa do pobre de arroz e feijão,
São os homens de terno que nos roubam,
É a justiça que vai lá e os soltam,
É o trabalhador que já perdeu a fé,
É o caminho de quem segue á pé,
São as meninas de ventre avolumado,
O pai, o estuprador ou o religioso, quem será o culpado?
É a falta de percepção para o real,
São as barbáries que já beiram ao normal,
São as carceragens lotadas,
São as mães e esposas que se lamentam preocupadas,
Tantos mendigos catando as sobras,
Dessa realidade que nos assola,
E as promessas do passado?
Não era acabar com a pobreza que come ao nosso lado?
E é por tudo isso que me pergunto qual a razão,
De acreditarmos nessa tal de eleição.


Raquel Luiza da Silva.

sábado, 17 de julho de 2010

Mentiras vazias.


Não quero mentiras vazia para alegrar meu dia,
Quero um dia vazio de coisas que soam como mentiras,
Então fecharei a janela e ficarei só comigo,
Porque sei que das maiores mentiras está uma que diz que é sempre bom estar sozinho.


Raquel Luiza da Silva.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A canção que fiz para você.


Numa única nota,
Fazendo vibrar do sentimento todas as cordas,
Sendo a delicadeza em claves tortas,
Falando de beijo, de desejo...
Na doce melodia que vence o medo,
Sem temores, sem rumores,
Abraçando cada canto do meu ser,
E eu abraço todos os espaços do ser, ter e poder,
E nessa partitura só minha,
Falo de você de mim, da tão sonhada vidinha,
Levando a harmonia que soa á nossa cara,
Som de perfeição rara,
Essa é a canção que fiz para você,
Não será tocada em rádios,
Nem executada pela mais harmoniosa orquestra,
Tão pouco cantada pelas grandes serestas,
Essa canção é do tipo que só se ouve com o coração,
Na harmonia de um simples olhar,
Em todas as notas ditas ou não ditas,
Na força da emoção, onde fora da razão soa apenas o quanto é bom te amar.


Raquel Luiza da Silva.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Coisas Simples.



Gosto da simplicidade das coisas,
As nuvens a formarem fofas figuras no céu,
A poeira que sobe na estrada após a passagem da boiada,
O doce sabor da manga madura,
A criançada á brincar na rua,
As andorinhas a voarem no final da tarde,
A saudade de algo que não sei, mas me invade,
O desenho no vapor do espelho,
A cabeça baixa na hora de ouvir um conselho,
A musica tocada várias vezes,
Imaginar que alguém aqui esteve,
E se esteve foi-se para ficara para sempre na lembrança,
Coisa de gente grande, coisa de criança,
Por isso gosto da simplicidade das coisas,
É como escrever por intermináveis horas usando apenas uma folha,
É descobrir que coisas simples sempre trazem um quê de saudade,
Daquela que vale a pena parar o mundo quando nos invade,
Porque é uma saudade boa, do tipo que a gente não enjoa,´
É aquela saudade de gente grande, de criança...
Que fica no cantinho do peito, transformada em lembranças.

Raquel Luiza da Silva.

sábado, 10 de julho de 2010

Existência.


Existem tantos sonhos abandonados como flores mortas,
Planos deixados ao acaso,
Olhares marejados,
Existem sorrisos tímidos,
Palavras não ditas,
Ações ás escondidas,
Existem sentimentos sem valor,
Vidas descartadas como um nada,
Forças que se abalam,
Existem desejos contidos,
Medo em excesso,
Amores encobertos,
Existem promessas não cumpridas,
Caminhos não trilhados,
Certos e errados,
Existem opções,
Coisas que vem e que vão,
Seguir a própria intuição,
Existem planos,
Comunhão do real,
A busca suprida, o alcance do sobrenatural,
Existem vazios que jamais serão descobertos,
Maquiagem do coração,
O invisível que encobre a razão,
Existem palavras,
Que calam, que falam,
E a existência por si só dita seu ritmo,
Lenta ou veloz,
Sequência de cada um de nós,
Existem coisas incompreensíveis,
O alcance do impossível,
Por isso existir é simplesmente acreditar,
Mesmo que não pareça ser assim,
Aliás, estamos numa historia que possui inicio, meio e fim.

Raquel Luiza da Silva.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Felicidade.


Eu já quis agarrar-me á felicidade,
Pensando que se ela fosse eu sentiria saudade,
Dai descobri que felicidade, dura apenas o tempo suficiente para ser verdade,
E não importa que seja segundos,
Se vem com intensidade de leveza ou sentimentos profundos,
Felicidade é viver o que tem que se viver,
E se ela passar é porque assim tinha que ser,
Então aprendi a me agarrar aos momentos,
Vivê-los sem pressa e ao meu contento,
Porque não sei quando ela voltará a passar,
E por mais que eu queira não adianta tentar a ela me agarrar...

Raquel Luiza da Silva.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Autorretrato




Nas curvas desse corpo,
No abandono dessa alma,
Nos versos mal escritos,
A voz que se cala,
E os olhos lacrimejam,
A incerteza se faz palavra,
Nos tortuosos versos que adormecem na folha alva...
E a pouca luz torna-se inspiração,
No peito bate um coração sem jeito,
A mente nessa hora é uma vã ferramenta,
E os sentimentos por si se salientam,
Então toma a lua por companheira,
Algo que fale de amor ou incerteza,
O poeta é um pouco dos dois,
As vezes como livres rios, outras como contidas represas,
E o caminho que traça,
São seus inseparáveis traços,
Na alvura de uma folha branca...
Que de seus sentimentos traçam, seu fiel autorretrato.


Raquel Luiza da Silva

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Se o mundo se acabasse amanhã.


Se o mundo acabasse amanhã e eu tivesse apenas hoje para fazer algo,
Seria breve em escolher tal tarefa com a destreza de escolha de um fidalgo,
Acordaria bem cedo,
Pintaria um quadro sem segredos,
Faria minha poesia diária,
Não falaria dos problemas que me atrapalham,
Sorriria á toda gente,
Mesmo que não estivesse, gostaria de partir contente,
Assistiria um bom filme, daqueles que dão sempre esperança no final,
Aliás, acreditar é algo que não tem nenhum mal,
Falaria com as pessoas que amo,
Não gostaria que tomassem as coisas que sinto como um engano,
Gravaria em minha mente cada segundo desse mundo,
Nunca se sabe o que se passaria nos próximos segundos,
Agradeceria á minha mãe pela vida a qual sempre teve zelo,
Emendar-me-ia de todos os meus erros,
E no derradeiro dia, vestiria a roupa que mais gosto e me sentaria á porta,
Apenas para ver mais um final de dia,que levaria consigo todas as coisas com as quais mais me importo,
Por isso é bom viver o hoje como se amanhã o mundo fosse se acabar,
Pois nunca sabemos quando ele para nós poderá se findar.

Raquel Luiza da Silva.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O show tem que continuar


Hoje não é dia de festa,
O palhaço deixou sua velha roupa no baú,
Os cantores abandonaram a seresta,
O circo baixou a lona,
As luzes se apagaram,
A multidão se dispersou,
Não é dia de som, o show acabou,
Aos poucos toda gente alegre procurou seu rumo,
O colorido desapareceu,
Acabava-se o encanto meu,
E enquanto os grandes caminhões desapareciam na estrada cheia de poeira,
Levando os encantos daquela gente sem eira nem beira,
Eu menino que sempre serei de cima de uma pedra parecia escutar:
_Respeitável público...!
Então entendi que a comitiva se foi, mas o show tem que continuar.

Raquel Luiza da Silva

domingo, 4 de julho de 2010

Te amo!


Se eu tivesse asas, hoje cruzaria o oceano,
Nesse curto momento de sonhos,
Apenas para dizer:
Te amo.

Raquel Luiza da Silva.

sábado, 3 de julho de 2010

Passar do tempo.


Cada segundo da vida.
A passar como o tic tac do relógio,
Fico a olhar os ponteiros como um mistério que não me cabe conhecer,
Seu metal frio a tocar a superfície humana,
Minimamente estipulando o momento certo de nascer ou morrer.
E não existem relojoeiros capazes de retardarem esse tempo,
E ele vai passando, passando...
Tão seguro de si,
Tão cheio de si,
Ferindo ou curando,
Mantendo ou mudando,
E a história do tempo é essa,
O momento presente,
E quando passa viverá nas lembranças, mas não será eternamente,
Pois virão novas histórias,
Novas vidas...
E o tempo continuará a correr sem olhar para trás,
Tão seguro de si,
Tão cheio de si.

Raquel Luiza da Silva.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Eu sei...


Eu sei que não posso mudar o mundo,
Apesar de ser meu desejo mais profundo,
Eu sei que não posso voar,
Apesar de pensar várias vezes em tentar,
Eu sei que não posso mudar o curso da vida,
Apesar de acreditar que a sua beleza está em ser finita,
Eu sei que não posso conter a fúria humana,
Apesar de saber que somos feitos de sentimentos que emanam,
Eu sei que não posso fazer com que acreditem em tantas verdades,
Apesar de serem elas uma necessidade,
Eu sei que não posso curar feridas,
Apesar de causá-las ao longo dessa vida,
Eu sei que não posso conter os ímpetos gananciosos,
Apesar de serem frios e tenebrosos,
Eu sei que não posso deixar de acreditar,
Apesar de tudo parecer contra conspirar,
Eu sei que cada minuto desse tempo é como uma criança,
Apenas para me ensinar que apesar dos pesares devo sempre manter viva a esperança.

Raquel Luiza da Silva

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Minha Minas.


Eu vim de longe,
Trago na bagagem vontades inconstantes,
Trago a poeira desse chão,dessa terra de doutor, de peão
No encalço de uma liberdade que se torna verdade,
Abraçando os caminhos do destino, como se fossem apenas caminhos,
E na labuta, preservando minha conduta,
Vou-me indo, sempre em frente seguindo,
Sou um pouco dessa terra,
Cortando rios, subindo serras,
Na bravura de homens da história,
Transpondo o tempo, habitando a memória,
Sou um pouco desse povo que sabe o que faz,
Que não muda o tempo apesar de seus ais,
Posso andar pelo mundo inteiro, mas continuo sendo de Minas Gerais.

Raquel Luiza da Silva