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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Apenas eu.




Ora, foram-se embora os amigos, os amores, o cão e a juventude...
Partiram todos sem que eu notasse,
Ontem me faziam companhia,
Cercavam-me com seu calor,
Alguns partiram sem dizer adeus ou sem deixarem um recado qualquer num bilhete de papel velho e amassado,
Apenas partiram...
Por alguns chorei,
Por outros apenas uma saudade contida incomodou-me por algumas horas, alguns dias talvez...
Ou foram meses?
Ou foram anos?
Foge-me da mente o tempo,
Fogem-me da mente as lembranças,
Sei que partiram, sei por que vejo o espaço vazio,
Preenchido apenas em minha estante, por aqueles velhos porta-retratos,
Momentos encravados numa folha de papel especial,
Coloridos por tinta especial,
Tão especial que nunca fugirão dali,
Serão eternas e empoeiradas lembranças por sobre minha estante.
Mas ainda consigo recitar um poema,
Algo sobre felicidade,
Aprendi em minha infância a muito passada,
Mas não o irei recitar, dá-me saudade,
Saudade é tema?
Sempre foi de um ou dois de meus poemas sem fim,
Mas eram só palavras naquele tempo,
Viraram essa realidade,
Ora, todos, quase todos já partiram...
Os amigos, os amores, o cão, a juventude...
Ainda não sei quando me vou,
Disseram-me que ainda terei histórias para contar,
Mas para quem?
Todos já partiram...
Resta-me a breve visão desse tempo forjada no que um dia fui, adormecida na lembrança,
E é esse tempo que prende-me a ele sem que eu entenda,
Enquanto todos, quase todos já partiram...

Raquel Luiza da Silva.

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