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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Liberdade!


É a luta estampada na cara da história,
É a liberdade com sabor de suor, dor e glória,
É a ferida na carne, na alma...
É o sonho de uma raça, não apenas de uma cor.
O nêgo subiu a ladeira acorrentado, apanhou no pelourinho foi coitado, purgou seus pecados...
A preta chorou pelo filho de seus braços arrancado...
O preto velho relembrou com saudade dolorida a “mãe preta”, terra de ventre aberto, mãe África querida...
E Deus disse que o Brasil seria a terra de todos os Santos, Iemanjá Exú, Nãnã, Ogum...
E que abrigaria todos os povos e que o nêgo da senzala seria liberto e cantaria sua liberdade em todos os cantos em toda parte.
Fez-se a história de suor, sangue e dor...
Fez-se o caminho para se abraçar a vida longe da chibata de um senhor.
O sonho de Zumbi e de tantos guerreiros, da atrevida Xica, da mãe velha do terreiro.
No gingado da capoeira e na roda de samba, gira o Brasil, terra Luanda.
Hoje não tem chicote nem senhor, nêgo é doutor,
Ainda que haja desigualdade, nêgo se ergue pra sua verdade:
Carrega na cor a história doída e a força gloriosa de sua raça sofrida,
Porque tem a cor da liberdade que Boby Marley cantou, Tem a cor da igualdade pela qual Lutterking lutou, Tem a cor da batalha que Zumbi travou,
Pra mostrar ao mundo que raça é negra, preto é cor.


Raquel Luiza da Silva

Um comentário:

  1. Salve,salve Raquel! Beleza de poema libertário e super atual.Parabéns! Ari.

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