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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Haiti...



O olhar perdido no que restou, nada mais do que destruição, os corpos nas valas, a alma que se cala,
A mão estendida na tentativa de alcançar o pão, saciar a fome, fazer calar o coração...
São os olhos cheios de poeira, andares sem eira nem beira,
Soldados pelas ruas, corpos de vidas nuas...
Não bastasse a pobreza inerente, a natureza com sua força se fez presente...
Haiti, Haiti...
E o mundo também chorou, pelos mortos anônimos, pelo profundo incômodo...
A dor de ti, agora também é nossa, Haiti
E quem restou terá a marca na memória, da dor que compete á sua história,
De um povo há muito sofrido, que hoje chora a morte de seus filhos...
Haiti, Haiti...
A dor não se cala, em meio a podridão nas ruas, nas valas,
O grito de socorro não ouvido, a perda de entes queridos,
E o mundo se volta para ti, para dor, a dor do Haiti...
Num relance de sobriedade, gritando em nosso peito a piedade,
Por aqueles que sofrem pela dor de seu destino,
Sem ocultar a dor em si,
Oh Deus, voltai teus olhos,como voltamos nós ao teu povo, povo do Haiti.

Raquel luiza da Silva.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Moinhos de vento


Quando não vejo pela janela lateral da minha sala, os moinhos de vento,
Resolvo lutar comigo mesmo,
Numa ilusão ótica e cerebral inebriante,
Golpeando-me com os arpões da insignificante ignorância que me circunda.

De que me vale a compreensão se sequer consigo compreender-me?
Ah..., talvez me valha os tantos anos vividos em tantas terras,
Em calorosas batalhas que só existiram dentro de mim,
Em busca das províncias que só vejo quando me pesam as pálpebras,

Louco?
Talvez, apenas os insanos conseguem julgar quem assim vive,
Numa terra de sonhos, criando e recriando mundos,
Para fugir do seu próprio mundo,
Buscando a exatidão de suas palavras em outras línguas, em outras bocas.

Acaso seria louco o escritor que figura uma terra sem fronteiras?
A loucura se confunde com a ousadia,
Com a fome de criar, inovar...
E a incógnita sempre será eterna, será o escritor um louco?

Ah...Entender-me poderá ser tarefa impossível,
Porque sou assim,
Meio gente, meio quimera...
Figurando tantas almas, tantas cores, tantos...
Que às vezes até mesmo não me reconheço em alguns momentos.

Ser ou não ser?
Eis para mim a questão,
Não sei, apenas quero passar a vida a vislumbrar os moinhos de vento,
Que ainda posso ver da janela de minha sala,
Enquanto invisto contra minha vã sanidade que parece tão anormal.

Nesta terra de tantos dons e Dons,
Resolvo por honra do meu intelecto, ser um Quixote,
Para continuar minhas batalhas,
Para não morrer na infelicidade da mesmice dos dias atuais,
Cavaleiro andante é o que me sagro, é o que serei.

Buscando em tantos, o que poucos podem ver.
A essência escondida nas palavras que transformo em vidas,
Nos diálogos que se tornam romances,
Ou ainda nos erros que se corrigidos soam á ignorância.

Não posso deixar de ser um Quixote,
Ou ser normal num mundo perfeito de loucos,
Sou um escritor, poeta, ator...
E enquanto o mundo se perde em sua imensidão de problemas
Eu apenas faço meu caminho de letras e sonhos, observando de minha janela, os moinhos de vento.

Raquel Luiza da Silva

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Eu acredito.










Quero a beleza da insensatez dos meus atos mais infantis,
Quero o prisma de minhas atuações nesse grande palco chamado vida,
Olhar e nem sempre ver,
Ver e nem sempre interpretar,
Jogando com a vida num grande tabuleiro multifário de peças humanas,
Rolando os dados entre os dedos e deixando-os cair sobre o que chamam de destino.
Quero o sol a derreter o gelo,
O gelo que existe em mim, em ti...
Nos corações que ainda não conhecem o calor que existe em si.
Na busca imperfeita do eu perfeito,
Quero não entender as razões da vida,
Quanto menos as minhas razões e defeitos.
E é assim que quero seguir,
Rolando dados,
Sentindo o sol,
Abrindo os braços e apontando para a direção rosa,
Rosa dos ventos, de tentos, de tempos...
Seguindo sempre o caminho do coração,
Não na cegueira da perfeição,
Tentando entender os sinais de que ainda podemos mudar esse mundo,
Basta um ato profundo,
Algo que tanto falamos e pouco conhecemos,
Algo cheio de valor e que contém todo calor.
Sim, podemos rolar os dados e pelo acaso sarar as feridas que causamos ao mundo,
Basta conhecer e difundir todo o conteúdo e valor...
Que se esconde nos vãos da palavra AMOR.

Raquel Luiza da Silva

domingo, 24 de janeiro de 2010

Cântico do filho pródigo.




Abre seus braços e me chama de volta, eu dissera adeus, gastei meus bens, joguei fora teus ensinamentos, para mim naquele momento só o mundo me bastava e eu o segui, sai de casa e não quis te ouvir.

Lancei fora meu coração, me entreguei aos desejos, não vi nada além de mim, e Tu?
Tu estavas ali no mesmo lugar, esperando meu regresso enfim.

Perdi meus bens, meu bem, amigos, fui jogado aos leões da minha miséria, me tornei maltrapilho, imundo, sem mundo, ai me lembrei de ti novamente.

Quero voltar meu Pai, me abras os braços, me abra o coração, quero compartilhar novamente meu lar com meus irmãos e dizer que nada o que vivi contigo foi em vão.

E para minha surpresa lá estavas Tu, me sorrindo, tinha lágrimas nos olhos e me chamou de filho, a festa pelo meu regresso foi grandiosa e eu entendi que não existe vida fora de Ti.


Por isso voltei, para te amar, para te louvar e lavando meus pecados em seu santo sangue, santo sangue que me purificou e eu digo que nova criatura hoje sou.


RAQUEL LUIZA DA SILVA.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


Movimento Abrace divulga resultado do 2º Concurso Jogos Florais do Século XXI


A comissão organizadora do Concurso 2ºs Jogos Florais do Século XXI, promovido pelo Movimento Cultural aBrace e aBrace editora, parabeniza e agradece a todos os participantes do concurso.

Em 2004, a aBrace Editora e o Movimento Cultural aBrace, em parceria com o Cabildo de Montevidéu, organizaram OS PRIMEIROS JOGOS FLORAIS DO SÉCULO XXI. O concurso teve como característica unir, por meio da poesia, os países ibero-americanos em torno de um objetivo que foi a celebração dos 200 anos da Catedral e do Cabildo de Montevidéu, com o tema: Os Versos da América Maior. Apresentaram-se poetas da América Latina, Espanha e Portugal.

Nessa oportunidade, cinco anos depois, reeditamos o concurso como mais um caminho de integração, valorizando a palavra poética como forma de delinear idéias e construir realidades. Propomos que o conceito seja uma resposta à impessoalidade da globalização, cimentado nas diferenças próprias de cada cultura, valorizando e fortalecendo identidades a partir do laço fundamental da linguagem, que é tronco e raiz pela qual floresce a humanidade um Trânsito poético para a liberação definitiva.

O poemário 2º JOGOS FLORAIS DO SECULO XXI será apresentado de 7 a 9 de abril de 2010, como parte da programação do aBrace em MOVIMENTO.

RESULTADO OFICIAL
Concurso - 2ºs Jogos Florais do Século XXI

Foram selecionados trinta trabalhos:

1º Etapa - integraram a banca examinadora: Gacy Simas – Escritora, Brasilia- DF
Luis Carlos de Oliveira Cerqueira – Poeta e Presidente da Casa do Poeta(Brasilia) DF.
Maria Marta de Souza Machado – Escritora e professora de português e literatura brasileira. – Brasilia - DF.

2º Etapa - integraram a banca examinadora: Antônio Miranda – Professor, escritor e poeta – Diretor da Biblioteca Nacional de Brasília. Luis Lyrio – Professor e escritor- Aracajú – Sergipe Ndalu de Almeida, mais conhecido por seu pseudônimo Ondjaki, escritor e poeta, Luanda – Angola.

1º LUGAR - CASAMENTO - Pseudônimo: Priska Nunes - Nome: Priscila Cristina dos Santos - Butantã – São Paulo – SP.
2º LUGAR - PASSAGENS -Pseudônimo: Vento Branco - Nome: Paulo Monti - Porto Alegre – Rio Grande do Sul.
3º LUGAR - NÃO, QUERO... - Pseudônimo: Júlia Bibiana D`Brígida - Nome: Raquel Luiza da Silva - Gouveia-MG.

MENÇÕES ESPECIAIS: - O ABRAÇO - Pseudônimo: Maria mar - Nome: Maria Helena de Azevedo e Souza Pereira Guimarães Baptista (Helena Guimarães) – Arcozelo, V. Nova de Gaia, Portugal.- A CURA - Pseudônimo: Grenda Phinochio - Nome: Jaci Leal Santana Copacabana, Rio de Janeiro - POETA MODERNO - Pseudônimo:hiatus - Nome:Robinson Silva Alves Coaraci-Bahia - LAMPEJOS SOB A BURKA - Pseudônimo: Agata - Nome:Maria Valéria Revoredo - São Paulo – Capital URBANISMO - Pseudônimo: Quintanares - Nome: Carlos Alberto Barros - Vila Progresso, São Paulo -SP.

MENÇÕES HONROSAS: Soturna Conjuntura - Pseudônimo: Poeta Mulher Nome: Daniela Damaris Neu - Camargo, Rio Grande do Sul. – LOUCOS CONSCIENTES - Pseudônimo: Luzier -Nome: Ana Luzie Felomensch - Belo Horizonte, Minas Gerais. Cale-se! - Pseudônimo: Mari- Nome: Mariano Pereira de Sousa - Sacomã - São Paulo-SP – Soneto da Ilusão – Pseudônimo: Sephiroth – Nome:Robledo Neves Cabral Filho – São Gonçalo – Rio de Janeiro
HÁ... – Pseudônimo: CHICO TRINDADE - Nome: Sergio Tavares - Méier–Rio de Janeiro, RJ.

SELECIONADOS: ÚNICO... - Pseudônimo: Joana - Nome: Carmem Lucia de Oliveira da Silva – Colorado, Paraná. NOSSA CASA - Pseudônimo: BEIJOS - Nome: Ana Cristina Mendes Gomes - Nome artístico: Cris Dakinis - Porto da Aldeia / São Pedro da Aldeia, Rio de Janeiro - INCHAÇO -Pseudônimo: AINDA - Nome: Daiane Cristina Portela Martins – Marília -São Paulo. MEU CREDO - Pseudônimo: A Sacerdotisa - Nome: Dulce Magalhães – Floripaz, Santa Catarina. POESIA, COM UMA CRISE DESSAS? - Pseudônimo: Priapo - Nome: Jair Francelino Ferreira - Gama – Distrito Federal - CLAMORES DE UM SELF - Pseudônimo: Yasmin Borboleta - Nome: Karina Araújo Campos - Belo Horizonte – Minas Gerais. GRAVATAS OU SERESTAS - Pseudônimo:Rodrigo Richa - Nome: Leonardo Schneider - Cidade Baixa- Porto Alegre, Rio Grande do Sul. REFUGIO Pseudônimo: Athos - Nome:Luis Manuel Mendes Garcia – Linhaceira, Portugal. ÉS MEU ETERNAMENTE - Pseudônimo: lucas leão - Nome: Mamede Gilford de Menezes - Itapipoca-Ceará - FINADOS - Pseudônimo: SOM - Nome: Marcelo de Oliveira Souza - Salvador Bahia. RECÔNDITO DOS NÚMEROS - Pseudônimo: Fada Lírios - Nome: Poliane Andrade de Oliveira – Muriaé, Minas Gerais. SONHOS - Pseudônimo: Dáblio - Nome: Rafael Alves Clodomiro - Volta Redonda, Rio de Janeiro. MAR (É) - Pseudônimo: Yayá - Nome: Regina Coutinho Porto Fernandes - Espírito Santo do Pinhal, São Paulo. ALTISTA E/OU ARTISTA?- Pseudônimo: Zelf Sampaio - Nome: Roniel Sampaio Silva-Teresina – Piauí. QUERO COLO - Pseudônimo: Dara -Nome: Rozelene Furtado de Lima - Teresópolis- Rio de Janeiro - NA COZINHA II - Pseudônimo:Joaninha-Nome:Thiago Emanuel Luzzi Galvão - Santa Teresinha, São Paulo-SP. O DESPERTAR - Pseudônimo: Gengiva Careca -Nome: Thiago Baldissera Damião - Maringá – Paraná.

Nina Reis
Roberto Bianchi
Diretores do Movimento Cultural aBrace

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A Nona Sinfonia de Bethoven.


O sangue escorria pelo chão, o corpo lívido da jovem mulher jazia imóvel sobre a cama , ao seu lado uma estatueta, cópia perfeita de uma das obras do escultor medieval francês Bernini,objeto que lhe abrira o crânio levando-a ao óbito, do outro lado do quarto defronte ao enorme espelho da penteadeira um jovem aparentando trinta e poucos anos dava os últimos retoques na gravata, após deixar sobre o móvel antigo o frasco do perfume Imperial Majest de Clive Christian que lhe custara mais ou menos US$215.000 ou R$465.000.000, coisa que julgava supérflua mas fazia questão de usar naquela noite, se levantou, ajeitou o fraque no corpo, passou uma das mãos no cabelo colocando no lugar um único fio que se soltara dos demais fixos com gel, num corte extremamente clássico.
Respirou profunda e calmamente se dirigiu até a cama onde estava o corpo sem vida da jovem mulher.
_Está pronta Sofy?Ôh, vai amarrotar o vestido se não se levantar!Detesto sangue!_Apanhou uma toalha branca e jogou sobre a poça que se formara._Vamos Sofy, eu te ajudo._Ergueu o magro corpo da mulher, fazendo com que o vestido preto de seda se arrastasse pelo chão._Como estás pesada!
Arrastou o corpo até o salão de festas da mansão onde uma platéia de sete pessoas os aguardava em silêncio, colocou a mulher na cadeira vazia destinada a ela, olhou para os presentes, todos em seus trajes de gala, foi até ao pequeno palco onde estava o piano de calda, olhou novamente para a platéia que em silêncio o observava com seus olhares frios, sorriu para a moça que a pouco colocara na cadeira, fitou calmamente as teclas brancas e negras, passou os dedos sobre elas suavemente como se tocasse o corpo da mulher amada, sentiu um calafrio percorrer-lhe o corpo, olhou novamente para a platéia imóvel, estava nervoso com todos aquele olhares vidrados em sua direção, não suspiravam, não respiravam.
Retirou do bolso do fraque um lenço branco, passou-o pela fronte enxugando o suor que lhe brotava insistentemente, voltou o lenço ao seu devido lugar, respirou fundo, aprumou o corpo no banquinho, a mulher novata na platéia ainda o fitava, aquele olhar o incomodava, se levantou, atravessou o salão até ela, virou-lhe o rosto para a direita num suave movimento fugindo assim da mira daqueles olhos, voltou para o palco, para seu piano, agora sim podia tocar. O quanto esperara por aquele momento! Ensaiara até uma expressão facial para quando ali estivesse, a expressava agora e o fazia com tal perfeição que até lágrimas lhe brotaram dos olhos, as quais deteve com um leve toque do dedo indicador, com toda classe possível.
_Obrigado._Sussurrou erguendo os longos e finos dedos e os baixando sobre as teclas do piano, era a “Nona Sinfonia de Bethoven”.
O suor agora como um rio lhe percorria toda a face, molhando-lhe o colarinho da camisa branca enquanto os dedos freneticamente passavam de uma tecla a outra, num ato que durou dois minutos inacabados. Se ergueu enquanto apertava o botão do controle que ligava o aparelho de som, enchendo o ambiente com o barulho agudo de palmas.
Emocionado parou de frente para a platéia curvando-se em agradecimento pelo reconhecimento e pela “calorosa salva de palmas”, se ergueu lentamente puxando a corda que fechava as cortinas encerrando assim o espetáculo. Desceu e apertou a mão fria de cada uma das pessoas presentes, parou defronte a moça, última nos acentos, inclinou-se beijando os lábios sem cor.
_Que bom que você me ouviu até o fim, querida Sofy.
Retirou do bolso um moderno aparelho celular, os números discados foram poucos.
_Por favor policial, queria fazer uma denúncia..._Após terminar desligou o aparelho, voltou novamente ao palco abrindo as cortinas, apanhou sobre a mesinha perto do aparelho de som um cálice de cristal, encheu-o com o legítimo e caríssimo vinho alemão.“Qualitãtswein mit Prãdikat”da safrade 50, ergueu o cálice e gritou:
_Em honra ao talentoso Bethoven!_Sorveu todo o líquido.
Ligou novamente o aparelho de som, agora o ambiente era preenchido pelo som repetitivo da musica clássica, sentou-se no banquinho em frente ao piano...
_Aqui...aqui...Encontrei delegado.
Vários policiais invadiram o casarão.
_Meu Deus, estão todos mortos!_O delegado constatava lendo os nomes nas etiquetas presas nas roupas de gala.
_Sr.Teodoro( professor de música aposentado), Dna.Zilda( professora de canto), Marcio(amigo), Dna.Noêmia(vizinha), Tatiana(Ex-namorada), Dna Loreta(tia) e por fim Sofya(atual namorada).
_Aqui tem uma carta, doutor!_Um dos policiais se aproximou levando o achado.
_Deixa eu ver.

Lia-se:

“Não se assustem, por favor, esses corpos que ai estão presenciaram um ato maravilhoso, para qual eu havia me preparado há anos, até me igualar ao gênio Behtoven”,
Deixa eu me apresentar, sou Vladimir Delbert, descendente de nobres alemães, pelo menos era isso que meu pai dizia, pois bem, me fizeram freqüentar incessantes aulas de piano aos cinco anos de idade, com professores carrascos, assim como o Sr.Teodoro que ai está e quase me arrancava as orelhas a cada erro meu, eu era só uma criança, mas ele não entendia isso... Ao seu lado está a Sr.Zilda velha insuportável, minha ex professora de canto, vivia dizendo que eu não tinha talento nenhum para a música e me castigava com safanões a cada deslize bobo, pobrezinha...; o Márcio esse rapaz elegante, era meu amigo, mas vivia reclamando da minha falta de talento, a Sr.Noêmia era minha vizinha e me enchia com suas reclamações, batendo á minha porta reclamando, dizendo que eu fazia barulho e não música, a Tatiane era minha namorada, fui presenteá-la com um concerto, sonata que eu mesmo compus, ela olhou para mim e disse:
_O que é isso?
_Fiz para você.
Sabe o que a ingrata fez? Terminou o namoro, mas esqueçamos isso e voltemos a minha platéia, falta apresentar a titia Loretta, disse que iria me deserdar se eu continuasse tocando, só a Sofy, só ela ame entendia , mas a coitadinha se assustou ao ver a minha platéia, ameaçou chamar a polícia(vocês), mas isso iria estragar o meu show, pedi que ela ficasse .
Podem imaginar qual foi o ato da noite?
Nona Sinfonia de Bethoven, eu detesto essa música, aliás, eu detesto piano, porque nunca consegui tocar um com perfeição eram os meus pais que sonhavam em me ver num teatro municipal, viajando...Mas mudando de assunto,passei dias e noites ensaiando esse ato, sem comer, sem dormir..., para provar a eles que eu conseguiria tocar e como não viriam por bem... Dispensei todos os meus empregados e os empalhei ao longo de sete dias, exceto a Sofy que não estava em meus planos, e a mim, porque não tinha jeito, mas agora já finalizamos a apresentação e essa história, agora podemos ser velados como seres dignos de um túmulo para repousar, apenas peço uma coisa...
_Está bem, pessoal, vamos acabar com esse espetáculo monstruoso!_Saiu levando consigo a carta que esclarecia o crime.
Muitos naquela pacata cidade não acreditavam nos relatos que vazaram, talvez contados por algum policial sem ética profissional e lotaram o cemitério para verem o sepultamento do “Pianista Louco” e de suas vítimas.
_Sr. delegado, tenho uma curiosidade...!_O policial que o entregara a carta ás vésperas do ocorrido se aproximou.
_Pergunte!
_Qual era o último desejo desse louco?
_Ele queria que...

_Corta...Corta...Assim não da gente! Isso aqui é um velório!Cadê as caras tristes? Não estão indo a um desfile de escola de samba!
_Também não precisa ficar nervoso, né, diretor?!_O ator que fazia o papel de delegado se aproximou.
_Ah, não?!Olha só, eu tenho um nome a zelar e se meus atores não colaborarem, esse filme não irá ser lançado nunca!
_Estamos todos exaustos, diretor, acho que deveríamos continuar amanhã.
_Está bem...Está bem...Continuamos amanhã, pessoal.

_Peraí, você não vai me dizer que não descobriu o último desejo do louco, ou vai?
_Vou sim, não descobri mesmo, eles não deixaram a gente ver o final das gravações, disseram que estávamos tirando a concentração dos atores e eu como simples faxineiro que sou não ia discutir com o diretor e correr o risco de ser mandado embora.
_Renatinho, eu não sei porque veio me contar isso!_Estava brava.
_Sabe o que é, Vanda? Eu tava aperreado por ficar sozinho com essa curiosidade, porque acompanhei esse filme desde o início...
_Chega...!Ai que ódio!
_Não fique brava, minha deusa. _Levou um tapa na mão ao tentar toca-la. _Eu tenho um presentinho pra você...
Ela arregalou os olhos ao vê-lo retirar algo do bolso.
_Não...Não acredito!
_Pois é... Comprei as entradas, vamos ver juntos no cinema o final da “Nona Sinfonia de Bethoven”.
FIM.

RAQUEL LUIZA DA SILVA.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Anjo de asas partidas.


Eu sou o anjo de asas partidas,
A vida em seu refrigério perpétuo,
O caminho traçado na noite,
O vento com seu doce açoite.

Eu sou o triunfo eminente,
O Ruflar de asas de um pássaro ferido,
A fada do conto esquecido,
O tesouro a muito perdido.

Eu sou o choro calado,
A ferida aberta na carne,
O castigo sem maldade,
A piedade instigante, marcante.

Eu sou o tédio em sua complexidade,
O âmago da piedade,
O sonho de uma vida,
A virtude não conhecida.

Eu sou a revelação não feita,
O discurso não proferido,
As palavras que se calaram,
Os amantes que nunca se beijaram.

Eu sou a doce lembrança,
A chave da porta do mundo,
O desejo de um vagabundo,
O presente o passado e o futuro.

Quem sou?
Um anjo de asas partidas
Que vaga,
Que busca saber qual é o seu papel nesta vida.


RAQUEL LUIZA DA SILVA.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Vozes


Por vezes me calaram a voz, por vez me calei sozinha,
Nem sempre tive estrelas no meu céu,
Nem sempre tive um céu infinito,
Meus olhos nem sempre víram as belezas da vida,
Nem sempre viram a vida se verter em flores,
Mas meu coração...
Ah! Meu coração...
Se verteu em vários amores,
E fez-se a cantiga da vida,
Numa roda de vozes sofridas,
Com sabor de fruta madura,
No desfile de sonhos na rua,
E os caminhos foram se tornando meus,
Tão cheios de posse,
Tão suaves, sem entorse,
E meus olhos se encheram de brilho,
O brilho da lua num céu infinito,
Infinito que não me pertence,
Numa beleza que me surpreende,
Renovando a destreza dos anos,
Com o capricho de escultor de velhos planos,
Num sentido figurado,
Num real inimaginado,
Num romper de várias auroras,
Para que não cessem as vozes do mundo lá fora.

Raquel Luiza da Silva.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Ano Novo Vida Nova!


O Ano Novo chegou, seja bem vindo!
É hora de rever o que ñ deu certo e fazer planos, planos p/ a Nova Vida!
Eu comecei de uma maneira meio radical, me desprendendo de tudo que ñ estava bem, pedi demissão do emprego que tava me levando á depressão e já me estragando os nervos, se vou embora?
Não sei, nada á declarar á respeito ainda, infelizmente Gouveia ñ oferece amplidade p/ planos ou sonhos, sinto dizer, mas é uma cidade mesquinha com quem quer crescer.( Que fique bem claro, amo minha terra)
Tou mais leve, com a cabeça calma e no lugar, pedindo á Deus que 2010 seja O Ano p/ todos nós.

Gente é Ano Novo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Paz, Saúde, Sucesso e Realizações á todos!

Que Deus seja nossa Guarda e Guia.

Amem!