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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Adeus...





E de repente apaga-se o brilho nos olhos,
Guarda-se o sorriso para uma próxima ocasião,
As palavras já mudas, adormecem na voz calada,
O poema repousa no fundo escuro do bolso do velho casaco,
E a vida segue seu rumo,
Como se a dor que o coração sente fosse apenas mais um momento,
Momento sem brilho, talvez...
Perdido na desilusão da triste palavra...
Adeus...


Raquel Luiza da Silva,

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Infinito que sou eu.





Não quero o pudor dos corpos intocados,
Nem a beleza de cera dos rostos fingidos,
Quero a liberdade dos cativos em si mesmos,
Para alçar voo nesse infinito desconhecido que sou eu.

Raquel Luiza da Silva.

domingo, 25 de setembro de 2011

Ocioso coração.




Ocioso coração,
Esqueceu-se de amar então,
Batendo calmamente alheio á dor pungente,
Parece sentir-se protegido do tão temido perigo,
Ao olhar da fresta dos olhos,
Tanto semblante desiludido,
E a todos causa espanto coração sem dor, sem desencanto...
Como pode ele nem uma lágrima derramar?
Apenas sabe-se que é um coração que esqueceu-se de amar.

Raquel Luiza da Silva.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Irmão vento.



O vento que agora toca-me os cabelos,
Brinca por entre águas e rochedos,
Vagando pelos mistérios profundos,
Vistos pelos átrios do mundo,
E eu também ponho-me a vagar,
Sem sair deste mesmo meu lugar,
Correndo pelos vãos dessa história,
Presas em mim pela incessante memória,
E eu diria que sou irmã desse vento,
Com meus inquietantes tormentos,
Vagamos sem rumo,
Corpos sem vertebradas,
Vidas sem prumo,
Tocando o oculto pela razão,
Ele é vazio,
Eu tenho um coração,
E se me assusto com os toques do vento,
Temo que me possa descobrir por dentro,
Eu tenho alma,
Isso a ele falta,
Ele vagueia sem entender o que vai á razão,
E eu... Sou presa a essa liberdade quando viajo pela imaginação.

Raquel Luiza da Silva.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Entre mundos.



Arremeto-me aos campos de girassóis,
Cujos sois de suave purpura me fascina,
Beijando o azul de meu céu,
Tão meu...
Tão cheio de ilusões ,
Brincando com as doces borboletas multicores,
De cores que furtam de minha imaginação toda essência infantil,
Voando por esses campos...
Tão alegre ser,
Longe da vida corrida,
Longe do perto fim,
Atrás de borboletas multicores que voam por entre girassóis que beijam o azul de meu céu,
E então não quero mais voltar...
Prefiro deitar-me na grama e namorar os sois de suave púrpura que me beija a face,
Tal como enamorado por seu primeiro amor,
Enquanto as nuvens, brancos carneirinhos, saltam por entre as colinas invisíveis...
O relógio desperta trazendo-me ao mundo que me espera,
Meu doce quimera.

Raquel Luiza da Silva.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

...

Creio que se o homem vertesse-se em estrume ao invés de pó, teríamos infinitos jardins...
Raquel Luiza da Silva.

...

Ora, talvez sejam os sonhos fagulhas incandescentes dentro de nós e para não perturbarmos nosso comodismo ás sufocamos.
Raquel Luiza da Silva.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

...

Se eu calar a voz que há em mim,
Deixarei morrer o tempo que segue desde minha concepção,
Não serei eu feita de vento?
Passeando por entre os espinhos e lamentos...
Talvez traga na pele a ardência do sol,
A leveza tempestuosa das ondas se quebrando na praia,
Se eu calar a voz que há em mim,
Não serei poesia,
Talvez serei apenas palavras soltas em um universo sem fim.


Raquel Luiza da Silva,

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Falando de nada.

Se hoje eu tivesse uma gota que fosse de inspiração,
Falaria de flores,
De amores...
Traçaria almas poucas e incontidas palavras,
Mas como não a tenho...
Não falarei de nada...


Raquel Luiza da Silva

domingo, 11 de setembro de 2011

...

Deita o homem por terra sua própria raça,
Ancorando sua fé nas terríveis e mortíferas armas,
Matando de fome e sede aquele que é sangue de seu sangue,
Como se no céu sobre suas cabeças não houvesse um Senhor de justiça,
Observai o que restou das colinas verdejantes,
Chorai por seus filhos oh terra de homens maus!
Pela terra de seios secos e úteros inférteis,
Pelo paraíso perdido na soberba do desejo de grandeza,
Grite enquanto ninguém te ouve em meio ao caos,
Por entre esses campos de dor semeados por tuas próprias mãos,
Enquanto raças se confrontam
E nação se levanta contra nação,
Chore enquanto podes ouvir a ti mesmo oh raça de homens maus!
Enquanto tuas lágrimas ainda encontram a terra seca para engoli-las,
Porque chegará o dia em que diante de Deus te prostraras,
E apenas teus atos serão contatos,
E pelo sangue de tuas mãos julgado,
A tua força e sabedoria de nada te servirão,
Erguerás os olhos para os céus e não mais haverão céus,
Nem tuas armas,
Nem o jugo com que aprisionavas o teu semelhante
Apenas seras tu e Deus...
Chorai enquanto podes
Aspirando a liberdade de teus sonhos,
Chorai pelos teus mortos,
Por aqueles que repousam em campas de injustiças,
E que pacientes aguardam pela terra prometida,
Chorai oh raça de homens maus...
Enquanto se aproxima o fim dos dias teus...


Raquel Luiza da Silva.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Beijo de ópio.

Não era o sol que me cegava,
Nem as lágrimas que rolavam solitárias,
Nem mesmo o tempo que me transformava em pó,
Era apenas a ilusão da eternidade contida num beijo,
Em um nada de segundos que me roubaram a paz,
Paz de felicidade momentânea rompida na partida,
No despertar utópico de sonhos futuros,
E se foi...
Levando dos meus lábios o sorriso,
Os segredos,
O beijo...
E furtaram o ser do humano,
E eu fiquei,
Nesse canto,
Sem encanto,
Sendo eu,
Sendo só,
Tão perdido de mim,
Ao encalço do tudo que verteu-se em nada,
Diante de meus olhos,
Fugindo por entre os dedos,
E o toque da pele está marcado nas

linhas horizontais desse coração,
Digitais indeléveis de uma alma cansada,
Vazia de si
Repleta de nada.

Raquel Luiza da Silva.