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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Horas mortas.


Se hoje eu parasse o tempo e voltasse os ponteiros de horas mortas, vislumbraria todo o infinito de erros por cometer,
Toda a realidade escondida num mundo de coisas perdidas,
Uma fantasia talvez,
Ficaria a fitar de minha janela tudo o que dorme ao meu redor,
Como se eu fosse a única coisa viva, o único ser que respira diante do monstruoso universo,
E como uma criança encantada com seu brinquedo novo, sorriria para o nada tão constante num momento de horas mortas...
Tocaria todos os sinos silenciosos de tantas noites turbulentas,
Abraçaria tantos sonhos quanto me fosse possível, para libertá-los depois e vê-los alçar vôo como lindas borboletas azuis,
E na solidão do vazio, ousaria alguns passos de dança ou ficaria apenas a olhar o céu negro cedendo sua soberania a magnificência da doce lua,
Não me cansaria de esperar o novo dia,
Simplesmente porque eu teria as horas a meu dispor, girando os ponteiros para algum lugar que não permitisse o tempo fugir por entre os dedos,
E daria vida a cada minuto que encontrasse pelo caminho,
Espalhados feito pequeninas flores ao alcance de minhas mãos,
E depois....
Voltaria para casa e deixaria a normalidade das coisas tocar sua canção,
Reavivando as horas,
Para que o tempo desse vida e carregasse consigo todas as vidas,
Tudo isso apenas, para sentir-me tal qual criança encantada com seu brinquedo novo a vislumbrar o monstruoso universo de sua janela enquanto o mundo dorme no vazio de horas mortas...


Raquel Luiza da Silva.

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