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sábado, 7 de agosto de 2010

Pequeno mundo.


Há um trem por partir na estação,
Talvez eu decida ir, talvez não...
Sob meus pés há um chão frio, duro, concreto,
Mas meus caminhos são incertos,
Há um velho mendigo que toca violino,
Ao menos conseguira algo bom, doado pelas mãos do destino,
A mulher ao meu lado chora,
Dor de quem fica, ou de quem vai embora?
Uma criança me sorri,
Nem imagina que seja dela o futuro por vir,
Vejo uma pichação em uma das colunas da estação,
Nomes dentro de um coração,
Será esse também o lugar de coisas que ficam? De coisas que vão?
Lenços preparados para serem acenados,
Cenas que daqui a pouco não serão mais que momentos do passado,
Cheiro de perfumes, misturados ao vento,
Parece que fazem andar com calma o apressado tempo,
A grande máquina de metal continua parada á minha frente,
Olha-me como se fosse gente,
E eu não sei se embarco,
Não sei se para longe daqui parto,
E o mendigo não está mais aqui,
Nem a mulher que chora
Nem a criança que sorri
Ganharam asas ou simplesmente a distância?
E eu os vejo pelo vidro da máquina que ainda continua parada,
Talvez a espera de mim, talvez a espera do nada,
Então suspiro profundamente e sigo...
Levando aquela insignificante visão comigo,
De uma criança a sorrir,
De uma mulher a chorar,
De um velho mendigo a tocar seu violino,
E de dois amores eternizados num coração,
Tudo isso naquele pequeno mundo chamado estação.

Raquel Luiza da Silva.

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