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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Tinta.




O silêncio gritante de palavras mortas,
Deitadas no papel em chamas de vida,
Eu era a tinta viva,
A escorrer por entre os traços do coração que palpitava,
Ora doce, ora amargo...
Equilibrando por entre os soluços,
Embriagado de doce vinho.
Eu era tinta,
Tinta viva,
No silêncio gritante de palavras mortas,
Deitadas no papel em chamas de vida...

Raquel Luiza da Silva.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Aquela canção...



Tantos sois já se passaram,
Tantas luas embalaram-me os sonhos,
Mas ainda ouço aquela canção,
A melodia que tocou-nos feito cupido,
Tão doce melodia,
Tão doce cupido...
Oh céus!
Ainda posso ouvi-la.
Perdida entre o trânsito intenso,
Entre as risadas nos bares,
Vagando no silêncio do meu jardim...
Tantos sois já se passaram
Tantas luas embalaram-me os sonhos,
Mas meus sentidos ainda permanecem aguçados,
Posso sentir seu toque em minha pele,
Seu cheiro pela casa,
Seu beijo em meu paladar,
Sua imagem no espelho de meus pensamentos,
E aquela melodia...
Oh céus!
Ainda posso ouvi-la,
Perdida entre o trânsito intenso,
Entre as risadas nos bares,
Vagando no silêncio do meu jardim...
E ainda estou aqui,
Andando pela casa,
Pelas ruas,
Catando os cacos desse meu coração,
Perdido,
Louco,
Sem razão...
Tantos sois já se passaram...
Tantas luas...
Mas ainda posso ouvir aquela canção...
Oh céus!
Ainda posso ouvi-la...


Raquel Luiza da Silva.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Morada.



Vou vagando,
Sozinho...
Só...
Não tenho bens,
Não sou bem,
Não sou de ninguém,
Não levo malas,
Não tenho casa...
Só...
Sozinho...
Moro em mim.

Raquel Luiza da Silva.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Complexidade do simples.



Há um conflito constante nesse vasto mundo que sou,
Sempre em busca do que não sei,
Talvez nunca o saberei...
Existe um quadro na parede,
Existe uma música,
Existe uma fragrância,
Existe um sabor...
Existe um momento,
Um tempo talvez,
Palavras dispostas em fragmentos,
Um espaço entre o que sou, o que fui e o que...
Apenas um espaço...
Ainda sou a figura que grita no espelho,
Que pinta o céu de vermelho,
Que cobre de cinza o tempo de luz ofuscante,
Mas que planta flores ao longo do jardim do tempo,
Que sorri quando cessam a matança e depõem as armas,
Que se arma,
Que se ergue,
Que impera,
Mas que cala-se quando o silêncio é amigo da alma,
Há um conflito constante nesse vasto mundo que sou...
Tão complexo...
Tão... Simples...
Tão...Eu...
E nessa complexidade simples vou seguindo,
Indo, resumindo,
Apanhando pedras pelo caminho,
Construindo castelos,
Construindo sonhos,
Transformando e reformando,
Erguendo-me, depondo-me...
Nesse vasto e complexo mundo que sou...

Raquel Luiza da Silva.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Alado.



Por entre os dedos corre o tempo,
Poeira de momentos...
Toque imperdoável do que se foi,
Saudade oculta no temido passado,
Foi-se...
E o correr das horas em descompasso com meus pesados passos,
Deixe partir,
Não se pode aprisionar fragmentos invisíveis,
O que foi não voltará a ser,
O céu pintado de azul,
O beijo ardente,
A lágrima corrente...
Foi-se...
E onde agora estou?
No mesmo lugar?
Entre o que fui e o que sou,
Entre flores,
Beija-flor...
Foi-se...
E tantos sois se foram,
Marcaram Eras do que já era,
E aqui ainda estou,
Abraçando o vento,
Olhando através de minhas lentes cristalinas o vazio do que já não mais existe,
E esse tempo?
Persiste, insiste...
E esse tempo?
Foi-se...

Raquel Luiza da Silva.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Luz.


Ainda há flores no jardim,
Ainda há algumas cartas sobre a mesa,
Ainda há fotos espalhadas pela casa...
Por favor, abra a janela,
Deixe que a luz entre e invada-me,
Esse ostracismo precisa partir,
Tantas lembranças podem ficar ao acaso,
Por favor, abra a janela e deixe que a luz invada-me,
Hoje preciso secar as lágrimas,
Abrir o peito,
Abraçar a vida...
Deixar que a luz invada-me,
Olhar as cicatrizes como borboletas invisíveis aprisionadas na pele da alma,
Mudar de lugar o sol e trazer todo calor para cá,
Abrir todas as janelas, absorver toda luz!
Por favor, abra a janela...
Preciso regar as flores,
Dançar na chuva,
Apanhar conchas na praia,
Oh céus! Eu preciso de Luz!
Abra todas as janelas!
Abra todas as janelas!
Preciso esquecer-me de lembrar do que se passou,
Não mais,
Nada mais...
Apenas viver!
Fechar os olhos e enxergar o que você traz de bom nesse peito,
Para isso eu preciso de luz e calor...
Preciso de você...
Oh céus! Eu preciso de Luz!
Abra as janelas!
Abra todas as janelas!

Raquel Luiza da Silva.

domingo, 8 de janeiro de 2012

...

Se conseguissem ver minhas palavras ao averso descobririam em suas entranhas um pouco de lógica.
Talvez muito pouco da lógica que lhes falta quando estão em seu estado normal...
Palavras.


RLS.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012