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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Eu vejo o tempo.


Podes me dar um pouco de tempo para falar desse tempo que passa por mim?
Já nem me lembro bem de como ele é,
Apenas que o sinto tão soberano e senhor de tudo,
Vestido com a beleza dos sois e tão escuro quanto a noite de todos os dias,
Ele é só, apesar de arrastar consigo todo o mundo, todas as coisas,
Não sorri, apesar de ter prazer cada vez que ergue sua mão sobre coisas vivas ou não,
E ele sabe que ninguém o quer por perto, que ninguém quer que leve consigo as coisas que tanto amam,
Mas o tempo...
Ah, o tempo...
Eu me lembro bem, não ouve súplicas,
Não ouve gritos...
Ele é senhor de tudo, e a tudo consome,
E a tudo devorava, com sua boca invisível.
Tão senhor, tão soberano,
Porém com algum tipo de sentimento,
Que verte toda uma vida diante de sua passagem em lembranças,
Creio que as lembranças são uma forma piedosa que o tempo usa para não esquecermos do que ele levou,
Ou talvez seja sua vaidade para nos torturar com tudo que ele abraçou,
Eu vejo o tempo,
Podes não acreditar em minhas palavras,
Podes pensar que a loucura se acomete de minha mente cansada,
Mas toda vez que me vejo no espelho,
Em cada marca que o correr dos dias me deixa,
Eu vejo o tempo,
Tão senhor,
Tão soberano.

Raquel Luiza da Silva.

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