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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Simplesmente palavras.


Deixei que as palavras partissem,
Tão revestidas de uma melancolia gélida,
Que aos olhos do mais fiel cristão seria um pecado real,
Um pouco do extinto paraíso em sua decadência verbal,
Uns disseram que eram frias,
Outros sentimentais,
Ainda alguns outros que eram apenas palavras,
Partidas,
Sentidas,
Feridas,
Vazias...
E a amplidão de opinião a cerca de mim,
A cerca das palavras,
Pareciam rostos de feições abstratas,
E elas partiram,
Voaram,
Gritaram,
Se rebelaram...
E não encontraram fronteiras,
Deixando rastros na mente,
Na sombra do alegre ou do descontente,
E nunca mais as vi, desde que partiram de mim,
Tão rebeldes,
Tão gritantes,
Cheias de vazios sentimentos,
Cantando a canção incômoda do que não se pode decifrar,
Se embrenhando num banho de universo,
Num banho de mar,
E então nunca mais consegui dominá-las,
Arredias,
Gritantes,
Caladas...
Na docilidade de uma transformação inexplicável,
No controverso mundo que nasce em mim e não se cala,
São olhos atentos,
Ouvidos apurados,
O toque suave,
A dor que revela,
O coração que pulsa,
O sabor que a vida degusta,
Cada minuto de horas veladas...
As vozes que saem de mim são simplesmente palavras.

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