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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sozinho.


Não consigo lembrar-me com exatidão do momento em que perdi o céu...
Apenas lembro-me da derradeira queda,
Asas perdidas,
Apenas era eu mais um anjo decaído,
Vagando pelos caminhos de uma terra cheia de escolhas,
E então passei a lutar contra meus próprios demônios,
A frequência das batalhas eram as horas que me consumiam,
E por vezes eu obtia a vitória e por vezes eles me venciam,
E o céu?
Passou a ficar tão distante...
Em um limite que me permite apenas vislumbrá-lo através de vagas lembranças,
E essas lembranças aos poucos se consomem, como tudo que o tempo toca,
Canção vazia, notas mortas...
E deixei em algum canto meus aparatos angelicais,
Tudo aquilo que me ligava ao um céu,
Tudo aquilo que me ligava ao divino,
Então provei das delícias dessa terra,
No engano da serpente sedutora,
Provando o néctar do pecado, tal como meus progenitores,
E na revolta dos céus perderam um paraíso,
Algo tão seu, tão preciso,
E meus passos são lentos,
Sem pressa de chegar a lugar nenhum,
Apenas descobrindo o que deixaram encoberto,
E a lentidão de meus passos,
Talvez seja apenas uma forma de marcar caminho,
Para que outros anjos descubram que se perde o céu, quando se é sozinho.


Raquel Luiza da Silva.

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