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domingo, 25 de março de 2012

Jardim.



Em mim as palavras misturam-se,
Fazem-se de loucas,
Bebem de tantos sentimentos,
De toscos fingimentos,
E desabrocham feito flores,
Flores mudas,
Tão graciosas e cheias de mistérios,
Transbordantes de céus e infernos,
Completando o ultimo espaço de meu silêncio,
Necessário,
Nato.
Espalhando-se tranquilamente,
Em mim,
Em toda gente...
Palavras loucas,
Transparentes,
Soltas...
Inflamadas de desejo,
Mistérios sem medo,
Metamorfoseando entre o real e o abstrato,
Clara caricatura,
Obscuro autorretrato.
E a sobriedade por vezes é minha,
Trazendo sentimentos em linha,
Se são de loucas palavras minhas flores,
Talvez seja eu jardineiro
de loucos amores.

Raquel Luiza da Silva.

4 comentários:

  1. Este poema é absolutamente divino. Lê-se num fôlego. Cada verso se completa. Nenhuma palavra está a mais. É então que chego aos últimos versos e leio "Talvez seja eu jardineiro/de loucos amores" e fico ainda mais surpreendida.
    Acho que conseguiu apresentar elementos completamente distintos e fundi-los na perfeição ao longo do poema dando a perceção de que ele tem princípio, meio e fim, mas ainda assim pode ser reinventado!
    Parabéns!

    Se puder visite o meu blog: http//esculturadepalavras.blogspot.com

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  2. Obrigada Teresa!
    Mas é essa a finalidade poder ser reinventado e interpretado de diferentes formas.

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