Translation language

Total de visualizações de página

quarta-feira, 21 de março de 2012

Defina-me.

Perdida na amplidão desse abandono,
Sou a fera que feriu-se pela estrada,
Perdeu seus traços por entre os transeuntes das vagas lembranças,
Mergulhou de corpo e alma nos sonhos,
Atingiu o ápice de suas loucuras vis,
Contemplou o nascer do sol de um lugar qualquer,
Encontrou-se em alguém,
Perdeu-se por completo...
Volveu as cinzas da lareira e descobriu que eram apenas cinzas,
Renasceu no beijo de uma boca indigente,
Lavou a alma na chuva tardia,
Gritou com a figura do espelho,
Encontrou a fé em meio à perdição de suas vidas,
Tantas, todas...
Sou a fera, quimera...
Animal adestrado com instintos inesperados,
Possuidora de uma racionalidade humana,
Pecadora em todas as definições do tempo,
Filha dessa vida que encontra-se, que perde-se, que esvai-se...
Sou a fera...
A quimera...
Sou apenas eu.

Raquel Luiza da Silva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário