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domingo, 10 de abril de 2011

Nem tudo se perde.


Ainda não perdi minha alma,
Apesar de ter deixado tantas partes de mim em tantas esquinas,
Ter vagueado por entre os carros da avenida,
E na loucura que me consumia,
Eu era parte de tantas, de todas, daquela vida,
E o calor do asfalto me excitava,
E eu caminhava por esse mundo a passos largos,
Mergulhava na noite,
Vislumbrava o dia como se fosse novidade,
Sem deixar pegadas ou sequer saudade,
Eu era apenas mais um rosto naquela multidão,
Sem identidade definida,
Sem roupa de marca, ou trazia todas as marcas de uma vida,
Se era de sorte nunca soube,
Se trazia algo que valesse alguma verdade, também nunca soube,
Eu era alguém sob as marquises
Escondido na pintura de diferentes matizes,
Não tinha o olhar marcante,
Mas era a chaga de uma sociedade instigante,
E entre a estrada e os sonhos...
Eu escolhi a estrada para não me perder no que me era estranho,
Apenas vagueava,por tantas avenidas, por tantas esquinas...
Jogando com a casualidade,
Envolvendo-me com o passar das horas,
Deixando os que vinham e os que iam embora,
Então resolvi guardar comigo o que não perdi ao longo dos anos,
Nessa desconhecida e dura caminhada,
Tudo consegui ganhar e perder, mantive apenas intacta minha alma.




Raquel Luiza da Silva

2 comentários:

  1. O tempo e o vento podem levar toda a matéria menos a alma! Alma que é única e autónoma de cada indivíduo! É o que nos diferencia!

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