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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Enxaqueca


Hoje tenho enxaqueca,
Passo a debulhar o rosário do existencialismo,
Tentando fugir da regra do ser e da questão,
Que me atormentam de tal forma que a náusea se torna a única coisa que aguça meus sentidos,
Não há nada nesse momento que me faça olhar além do facho de luz que entra pela janela...
E isso me arde os olhos...
A sensação é estranha,
A cabeça a latejar, a respiração lenta...
A humanidade as vezes se sente assim?
Tão deprimida e indefesa diante de olhos que apenas observam um facho de luz?
E a sensibilidade é desconhecida porque todos dormem enquanto a dor transpassa cabeças pensantes?
Maldita enxaqueca!
E os olhos se tornam rasos, desejosos de não mais enxergarem a luz que os irrita, mas que ao mesmo tempo os prende,
Só há uma solução para que não haja luz nesse momento...
E em minha soberania de raça superior tapo a cabeça, mas num ar doído de quem implora, brado:
"Será que alguém pode apagar as estrelas, por favor?!"



Raquel Luiza da Silva

sábado, 18 de setembro de 2010

Tudo e nada.


Hoje peguei-me a vislumbrar a nuvem do nada á minha frente,
Um vazio proporcional ao que eu, mais ninguém sente,
Já me disseram que é loucura,
Outros que tem cura,
Afinal, porque existe o vazio dentro da gente?
Uma lacuna que fica ali...
Escondida,
Impregnada no peito, como se sua solidão fosse algo sem jeito.
E a nuvem, puramente feita de nada, fica á minha frente,
Esperando ser preenchida por tudo que não sei se encontrarei,
Procurando pequenas coisas para dar vazão ao que me incomoda,
Um vazio sem lógica,
E então acabo por descobrir que o tudo e o nada fazem parte de mim,
Sensação imperceptível pela razão,
E a nuvem de nada perde-se e torna-se alada,
Quando eu apenas abro os olhos e descubro que o tudo só depende de como vejo o nada.

Raquel Luiza da Silva.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Aprendizado...


Não direi que o tempo que passa cheio de infortúnios não seja precioso,
Nem que a tristeza que aparece não seja por vezes amiga,
Não maldirei as pessoas que me causam dor,
Nem a dor que por vezes me desanima,
Tudo faz parte de um ciclo necessário,
Merecer ou não é decisão que desconheço,
Esperar é algo que me vale,
Acreditando na luz de um recomeço,
Tudo tem um porque,
Ainda que seja obscuro,
Que doa,
Mas é a força que faz girar o mundo.
Por isso não maldigo o que me dói,
Ainda que a vontade seja essa,
Só quem sabe extrair do que não é bom ensinamentos,
Saberá entender a vida que lhe cerca.

RaquelLuiza da Silva.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

.....

Existe mesmo vida após a morte?
É essa pergunta que acabei de me fazer após terminar agora a pouco de ver o filme "Chico Xavier", um grande homem, numa grande história escrita por Deus? E encenada por grandes atores de renome nacional.
É um filme emocionante e engraçado, mas que nos faz ter uma reflexão um pouco mais aprofundada sobre o dom da mediunidade, algo passível de crítica, numa mistura de devoção, medo e incredulidade.
Não sei até onde vai isso, mas posso dizer que tive o prazer de conviver com um médium, que foi um grande pai, que me ensinou acordes em seu velho violão, que me abençoava,que eu chamava de vó, que talvez eu nunca tenha dito em vida o quanto era importante para mim,mas que eu ainda o vejo sorrir, de alguma forma o vejo, principalmente quando consigo acreditar em mim.
Eu o vi adormecer num leito de dor, sem reclamar da vida, sem dizer que partir era doloroso, e talvez fosse para alguém que tanto ajudou aos outros se ver naquela situação, ele adormeceu desejoso de que nunca esquecessemos a sua bondade e a sua doçura para que pudessemos espalha-la ao nosso redor.
Ele não foi famoso como o Chico, mas foi um grande homem como ele, e eu sei que é um anjo, que sempre estará comigo.

Existe vida após a morte?
Não sei, mas...
"Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia." William Shakespeare



R.L.S

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Pecado da criação.


Onde se esconde a essência divina no ser humano?
Nos atos executados?
Na fé que não fenece?
Ou no coração que emudece?
Imagem e semelhança de Deus...
Tão diferente em sua totalidade, mas igual em algo que ainda não sei,
Na imensidão de uma vida que nunca procurei,
Será mesmo o homem parte de Deus?
Ou será a criação apenas da mente, um vão?
Pedaços perdidos numa história a quem se da a um criador,
Dando ao pó um sopro e a vida inestimável amor,
E um dia voltará ao pó donde veio,
Sem o sopro que lhe trouxe o sentido primeiro,
E não me cabe questionar a criação,
Na rebeldia dos atos de Eva e Adão,
Talvez o homem seja mesmo imagem e semelhança de Deus,
Apenas de não dar vida ao divino que existe em si, foi o grande pecado que cometeu.


Raquel Luiza da Silva.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

sábado, 4 de setembro de 2010

Quando se cala o coração...


Os lábios entreabertos a expelirem a fumaça do cigarro, como se o sofrimento pudesse se esvair de forma rápida e desaparecer com a primeira brisa fria que passa.
Os olhos a vislumbrarem o nada, apenas o vazio de uma paisagem morta ou abstrata.
As mãos pousando sobre a folha, como pesadas pedras a esmagarem um invisível inimigo...
Algo tão novo, algo tão antigo...
E a respiração ofegante, hora calma, parece querer trazer á vida sua ou tantas existentes almas,
Mais um cigarro sendo consumido em longas tragadas, a eternidade a contar suas Eras numa boca sem palavras, vertida em fumaça,
A mente a tique taquear idéias, como a martelar rochas num deserto oculto, tentando ir além do real, ou além de túmulos...
E a mente, apenas a mente a tentar desvendar tais mundos,
Mantendo um ser pensante em desespero profundo,
Como se abrisse e se fechassem todas as portas do mundo,
Sem que ele pudesse ver o que se escondia em seus átrios obscuros,
E então aquele ser,
Apagou o cigarro e deixou que falasse por si a voz que tanto temia,
Que gritassem as vozes que queria trazer caladas,
Eram suas, eram aladas,
E as primeiras letras apareceram na folha branca de papel, traçadas por mãos que de tão leves pareciam plumas,
Trazendo as palavras uma a uma,
E a mente se calara diante da perfeição, a qual ela se curva sem inspiração,
Descobrindo o poeta, que não existe poesia quando a razão se sobrepõe á voz coração.

Raquel Luiza da Silva.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Construir.


Durante bom tempo na minha vida marquei meus caminhos com "pedras", para um dia poder voltar atrás sem perder o que em algum momento havia deixado e segui...
Quando para fugir do momento presente resolvi voltar, não haviam mais "pedras", mas sim vários castelos,sólidos e maravilhosos ao longo daqueles caminhos...
Então descobri que:
1:Voltar atrás num momento para fugir de outro é perda de tempo.
2:"Pedras" quando bem usadas são bens preciosos.
3: Eu tinha apenas caminhos enquanto os outros ergueram seus castelos usando tantas "pedras" que os feriram de alguma forma em algum momento.
5: Que apenas seguir quando se devia persistir era apenas alongar um caminho que sempre daria no nada.
6:Que a construção de um mundo ou de tantos mundos é feita por mãos que se calejaram ao longo do tempo e que mesmo cansadas sabiam do trabalho que deviam concluir.
7: Os caminhos não devem ser marcados, cada aprendizado é próprio de um momento e esse momento quando acabado não deve ser trazido á tona como algo novo.
8: Deixar marcas para voltar quando devia construir ou reconstruir era a mais visivel forma de abandonar a mim mesma ao fracasso.
9: Os caminhos e o tempo sempre serão associados no amadurecimento.
10: Perder-me as vezes para construir uma vida é necessário para que "pedras" não sejam apenas tropeços e o lado ruim do que me cerca,mas possam estar presentes nos alicerces dos vários castelos que almejei erguer ao longo de meus caminhos.

Raquel Luiza da Silva.