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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Poesia.





Hoje a poesia escorreu-me por entre os dedos,
Num ruflar de asas tão intenso, que podia tocar com ímpeto o céu e a terra,
Era parte de mim castigando a essência racional,
Dando vida a tantas palavras mortas no imaginário constantemente maculado,
E percorriam a distância que existe entre si e os sentimentos,
E não era meu o sopro da criação,
E não eram meus os brados loucos e a voz cansada,
Eu era apenas interprete de emoções,
Moldando palavras...
E dominavam-me de tal forma que não ousava questioná-las,
Quem de fato eram elas,
Se eu, se palavras.
E tornavam-se vivas, num bailado eloquente,
Morriam e transfiguravam-se teatralmente,
Subversivas a qualquer denominação,
Interpretes de si mesmas,
Criadoras de emoções.
E por fim já cansadas, adormeceram,
Talvez para perturbar-me em qualquer outro dia,
Tão ditas palavras soltas,
Tão dita poesia.

Raquel Luiza da Silva.

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