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segunda-feira, 7 de março de 2016

Sopro.





Espalho palavras pelas folhas em branco,
Lembranças de sorrisos e prantos,
Beijos segredados em lábios abstratos,
Abraços guardados em porta retratos.


E ao longe vejo,
Chegadas e partidas,
Aconchegos e despedidas,
Minha alma desnuda,
Revestida de tantas vidas.

Em cada passo laços,
O tempo a desfazer-se em cacos,
Já não sei se minha carne é carne,
Ou se é o pó da estrada, que um dia Deus soprou,
De seus átrios, do nada.

Já não sei...
Se sou imoral.
Imperfeita,
Imortal...

Se sou chama,
Calor,
Dor,
Morte,
Vida,
Amor.

Misturo-me com a tinta, com as palavras, sentimentos...
Transformo-me com o vento, com o tempo...
E de longe sou a lucidez humana explicada, compilada.

Talvez eu seja apenas a poesia,
Criação de mãos divina,
Espalhada pelas folhas em branco,
Nesse pacato recanto.

Se sou de carne não sei,
Se sou palavras, talvez...
Poesia que sangra,
Alma que derrama-se.

E de longe sou a perfeição,
Arte forjada por mãos,
De Deus,
Do vento,
Do tempo.


Raquel Luiza da Silva.






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