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domingo, 26 de abril de 2015

O último trem.

Não é a dor que me sufoca,
Nem o vazio das horas mortas.
Nem a visão pertinente do bêbado a  dormir na esquina e tomar a lua por concubina,
Nem mesmo o gargalhar da meretriz, que por dentro chora sem cessar.
Não sei...Talvez sejam os anseios contidos nesse tímido coração...
Sentimentos perdidos, algo sem razão.
A vida a resumir-se em quase nada,
Esse tempo perdido a espera do último trem,
O correr das horas e o vazio nos braços meus...
Nos braços de alguém.
Não é a dor que me incomoda,
Não é o amor que me incomoda!
É algo que não sei,
Perdido onde ainda não encontrei.
Talvez seja...
Talvez seja a falta de saber coisas sobre mim, que com o passar do tempo não me importei...
Esse simplório ser, que pensa ser rei...
Esperando o último trem...
Enquanto a meretriz se cala, o bêbado vai-se...
O vazio persiste em meus braços, nos braços de alguém...
Não é a dor que me incomoda,
Nem o amor...
Nem o vazio das horas mortas...

Raquel Luiza da Silva.