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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Melancolia


Tudo em mim converge para um ponto,
Nunca sei se é finito ou é infinito,
Mas é algum lugar em alguma parte,
Que de alguma forma me faz crescer, empunhar meu estandarte.

Nem sempre vejo beleza nas coisas,
Nem sempre minha poesia tem rima,
Nem sempre eu acredito nas pessoas,
Nem sempre acredito na vida.

Às vezes me cansa sorrir,
Ás vezes me é doce chorar,
Posso crer ou não acreditar,
Penso se é algo bom, sonhar.

Minhas asas imaginárias ás vezes se partem em mil pedaços,
Meus olhos que vislumbram outros mundos se cansam, ofuscam,
Meu coração de criança se prostra,
E eu me pergunto, será mesmo que o futuro se esconde atrás da porta?

Não coloco a culpa nos governos,
São homens, humanos,
Nunca se lembrarão de serem divinos,
Talvez nunca descobrirão o que é ser imagem e semelhança do Cristo.

É a vida,
Nem sempre a que quero,
É a vida,
Nem sempre a que espero.

É nos momentos de melancolia que vejo a beleza da vida,
A que não precisa de euforia para ser bela,
Mas a que se torna bela por ser feia,
Se mostrando tímida, com focos de luz encoberto por teias.

E então, começo a parar de pensar,
Sinto o cansaço a me pesar os dedos,
Amanhã será um novo dia,
Vale a pena acordar cedo.

E então descubro que o sono é a morte experimental,
O corpo jaz inconsciente,
A mente deseja o que a carne não sente,
E assim a gente repousa, num silencio que não é para sempre.

O sempre é o momento presente,
Em forma de lembrança,
Guardado em caixinha de coloridos retalhos,
Como criança guarda sua infância.

Então descubro que às vezes me tornar triste é uma arte,
Que me carrega por toda parte,
Sem me privar de acordar,
Talvez nem todo mundo saiba com essa arte lidar.

Porque a poetisa que habita em mim tem a alma dos anjos,
A insensatez do mais vil pecador,
A mente de quem não dorme nunca,
E no peito a pura semente do amor...


Raquel Luiza da Silva.


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