terça-feira, 1 de junho de 2010
Tal como Narciso.
Outrora me perdia em risos de primavera,
Namorando a juventude do alto de minha janela,
E me era tão doce tal amor e tal zelo,
Pela figura sóbria que se refletia no espelho,
Com belos olhos castanhos,
Lábios de cereja e pele de jambo,
Na essência desperta da tenra idade,
Olhando a vida com laivos de liberdade,
E me curvava como Narciso,
Namorando a beleza de si, beirando ao incrível,
Coberta de vaidade, por olhos que me seguiam pela cidade,
Só não me dei conta que tudo passava,
Até mesmo a doce juventude que eu tanto amava,
Desposara o tempo para meu tormento,
E a figura sóbria no espelho...
Deu lugar ao rosto sombrio e cansado que não sei de onde veio,
E foi ai que me dei conta que debruçada em minha fonte de vaidade,
Não acreditava que a rapidez do passar do tempo era em nós mais uma verdade.
Raquel Luiza da Silva
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