sábado, 19 de junho de 2010
Deixar-me-ei perdida
Não sei...
Não me encontrei...
Procurei...
Em cada canto...
Em cada recanto...
Perdida por ai...
Sem saber de mim...
Dividida em várias partes...
Ora sem virtudes, ora mártir...
Vasculhando tantos sonhos...
Revirando velhos escombros...
Procurando...
Vasculhando...
São tantos pedaços...
Alguns perdidos pelo espaço...
Formando esse ser de magia...
Repleto as vezes de pura nostalgia...
Forjando a força num fogo imaginário...
Moldando a figura em seu cenário...
E se um dia conseguir me encontrar...
Serei enfim escrava dessa razão, beirando a perfeição...
Então deixarei partes perdidas...
Para não ser a perfeição em meio a minha imperfeita filosofia.
Raquel Luiza da Silva.
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Me pergunto o que te deixas aflita...A poesia é ótima, mostra bem o que estás sentindo.
ResponderExcluirDaniel...
ResponderExcluirO poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração
Fernando Pessoa.