Centelhas de um fulgor inebriante,
Abre-se o dia tal como antes,
Porém trás consigo um brilho,
Suave resquício,
De um sol que outrora calou-se diante da aurora,
E por acaso decobre-se que o humano também é divino,
Que a vida corre tal como o badalar de um sino,
Quando o metal se cala, apenas o vento se torna hino,
E então se abre os braços como o Cristo á abençoar o Rio,
Deixa-se levar pela ilusão de que tudo é eterno,
E que a eternidade corre á passos lentos,
Como indefesa folha seca ao vento,
E se descobre que a vida é isso,
O que sei e o que nunca saberei,
Num segredo de palavras léxicas,
Desconhecidas, sem nexo,
E suspira-se sentindo saudade,
De um tempo que não mais voltará,
Porque se esconde em algum lugar,
Carregando a vida consigo,
Sob o pseudônimo de Destino.
Raquel Luiza da Silva.
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