Não ouvirão minha voz estraçalhar vidraças fechadas,
Nem meu canto a embalar os sonhos que adormecem pelos cantos da casa,
Serei silêncio na perfeição do momento,
Nem murmúrios,
Nem suspiros,
Serei a voz muda a dormitar em lábios entreabertos...
O silêncio que acalenta a alma,
O silêncio que perturba o altivo,
Talvez possa alguém entender-me,
Sentir-me,
Prescrutar-me...
Se sou silêncio, sou transparente,
Porém não poderei ser vazio se entender-me,
Se vislumbrar-me,
Se tocar-me...
Não ouvirão minha voz,
Nem meu brado,
Nem meu choro,
Nem meu sorriso...
Serei silêncio no propício momento,
Serei silêncio para assim ouvirdes as vozes,
As vozes que falam apenas quando calo-me,
Talvez ouça a doce canção,
Desse meu arfante peito,
Desse meu cansado coração.
Raquel Luiza da Silva.
parabéns!!!!!
ResponderExcluirRaquel, eu fico deslumbrado com a sua capacidade de elaborar essas peças raras...São poesias completas que seguem um ritmo delicioso. não engatam na garganta. Eu adoro te ler!
ResponderExcluirObrigada Elaene, obrigada Edio!
ResponderExcluirEspero que continuem a passar por aqui e dar uma espiadinha!
Abraços!!!