Que horas são?
Quantas horas perdi visando, revisando e remoendo sentimentos?
Quantas horas perdi juntando ouro e prata, poeira e nada?
Quantas horas deixei passar por entre os dedos,a fumaça do cigarro e o medo?
Quantas horas ainda perderei?
Quantas horas ainda deixarei ?
Ora...
Que horas são?
Poderei encontrar?
Reencontrar?
Colher?
Semear?
Ora...
Que horas são?
Entre o tempo e eu,
Entre o que é meu e teu...
Entre o nós e o estar só.
Paradigmas, estigmas do tempo.
Já não sei que horas são.
Não tenho tempo,
Não sinto o vento,
Tenho relapsos incorrigíveis,
Déjà vu incompreensíveis.
E meus vícios encerram-se perante minhas qualidades, minhas orações e minhas vaidades.
Já não sei que horas são...
Se perdi,
Se ganhei,
Se prendi,
Se deixei partir...
Apenas nada sei desse tempo preso á minha existência,
De poeira, de vento...
Presa nos ponteiros dessas horas que um dia embora vão-se ,
E o que restará?
Apenas o tique taquear de um velho relógio, a espreitar o calar de um atarefado coração.
Raquel Luiza da Silva.
quarta-feira, 13 de julho de 2016
domingo, 26 de junho de 2016
O silêncio que sou.
Restam-me o tempo e o acalento dessas palavras nefastas, caladas...
Muitos vieram, muitos partiram,assim como os dias primaveris.
Restam-me poucas linhas, teias harmoniosas de delírios febris.
Cores opacas, pinturas, imagens abstratas, nessas paredes imaginárias,
Da mente que mente?
Da alma que vaga?
Restam-me as horas, ociosas e longas horas...
E a espera infinita nesse infinito e misterioso espaço.
E o acalento dessas palavras nefastas, caladas...
Há muito nada sei para além do que posso sentir,
Tocar,
Ver,
Ouvir.
Há muito nada sei das inquietudes desse coração dito meu,
Dessa cabeça pensante de mente errante.
E do tempo?
E dessas palavras?
Talvez voltem, talvez partam...
E de longe serei a normalidade, a doçura não vista nessa revolta tempestade,
E se volto?
Se revolto?
Não sei...
Sou pó,
Somente,
Apenas.
Da mente que mente?
Da alma que vaga?
Palavras...
Palavras...
Nefastas.
Caladas.
Muitos vieram, muitos partiram,assim como os dias primaveris.
Restam-me poucas linhas, teias harmoniosas de delírios febris.
Cores opacas, pinturas, imagens abstratas, nessas paredes imaginárias,
Da mente que mente?
Da alma que vaga?
Restam-me as horas, ociosas e longas horas...
E a espera infinita nesse infinito e misterioso espaço.
E o acalento dessas palavras nefastas, caladas...
Há muito nada sei para além do que posso sentir,
Tocar,
Ver,
Ouvir.
Há muito nada sei das inquietudes desse coração dito meu,
Dessa cabeça pensante de mente errante.
E do tempo?
E dessas palavras?
Talvez voltem, talvez partam...
E de longe serei a normalidade, a doçura não vista nessa revolta tempestade,
E se volto?
Se revolto?
Não sei...
Sou pó,
Somente,
Apenas.
Da mente que mente?
Da alma que vaga?
Palavras...
Palavras...
Nefastas.
Caladas.
sexta-feira, 1 de abril de 2016
Poema saudade.
Eu diria que saudade é poema...
Poema que fala do interior,
Do campo,
De brasa a trepidar no fogão a lenha,
A trepidar no peito.
De aromas e sabores perfeitos,
De cores pelas quais os olhos se apaixonaram e a mente nunca esquece,
De sons e vozes e acordes...
Saudade é poema...
Poema feito de gente,
De marcas,
De sorrisos,
De retratos.
Poema de aromas...
Forte como café,
Doce como o mel,
Degustada arduamente...
São doces rimas, feitas de pai, mãe, irmãos... Família! Amigos!
De tudo que se imagina.
Quando penso sinto o poema,
Quanto penso, sinto saudade.
Em versos,
Em rimas,
Estrofes vividas...
Eu diria que saudade é poema,
Escrito,
Sentido,
Do tipo que enche os olhos de lágrimas quando se lembra.
Raquel Luiza da Silva.
Poema que fala do interior,
Do campo,
De brasa a trepidar no fogão a lenha,
A trepidar no peito.
De aromas e sabores perfeitos,
De cores pelas quais os olhos se apaixonaram e a mente nunca esquece,
De sons e vozes e acordes...
Saudade é poema...
Poema feito de gente,
De marcas,
De sorrisos,
De retratos.
Poema de aromas...
Forte como café,
Doce como o mel,
Degustada arduamente...
São doces rimas, feitas de pai, mãe, irmãos... Família! Amigos!
De tudo que se imagina.
Quando penso sinto o poema,
Quanto penso, sinto saudade.
Em versos,
Em rimas,
Estrofes vividas...
Eu diria que saudade é poema,
Escrito,
Sentido,
Do tipo que enche os olhos de lágrimas quando se lembra.
Raquel Luiza da Silva.
segunda-feira, 7 de março de 2016
Sopro.
Espalho palavras pelas folhas em branco,
Lembranças de sorrisos e prantos,
Beijos segredados em lábios abstratos,
Abraços guardados em porta retratos.
E ao longe vejo,
Chegadas e partidas,
Aconchegos e despedidas,
Minha alma desnuda,
Revestida de tantas vidas.
Em cada passo laços,
O tempo a desfazer-se em cacos,
Já não sei se minha carne é carne,
Ou se é o pó da estrada, que um dia Deus soprou,
De seus átrios, do nada.
Já não sei...
Se sou imoral.
Imperfeita,
Imortal...
Se sou chama,
Calor,
Dor,
Morte,
Vida,
Amor.
Misturo-me com a tinta, com as palavras, sentimentos...
Transformo-me com o vento, com o tempo...
E de longe sou a lucidez humana explicada, compilada.
Talvez eu seja apenas a poesia,
Criação de mãos divina,
Espalhada pelas folhas em branco,
Nesse pacato recanto.
Se sou de carne não sei,
Se sou palavras, talvez...
Poesia que sangra,
Alma que derrama-se.
E de longe sou a perfeição,
Arte forjada por mãos,
De Deus,
Do vento,
Do tempo.
Raquel Luiza da Silva.
Minha alma desnuda,
Revestida de tantas vidas.
Em cada passo laços,
O tempo a desfazer-se em cacos,
Já não sei se minha carne é carne,
Ou se é o pó da estrada, que um dia Deus soprou,
De seus átrios, do nada.
Já não sei...
Se sou imoral.
Imperfeita,
Imortal...
Se sou chama,
Calor,
Dor,
Morte,
Vida,
Amor.
Misturo-me com a tinta, com as palavras, sentimentos...
Transformo-me com o vento, com o tempo...
E de longe sou a lucidez humana explicada, compilada.
Talvez eu seja apenas a poesia,
Criação de mãos divina,
Espalhada pelas folhas em branco,
Nesse pacato recanto.
Se sou de carne não sei,
Se sou palavras, talvez...
Poesia que sangra,
Alma que derrama-se.
E de longe sou a perfeição,
Arte forjada por mãos,
De Deus,
Do vento,
Do tempo.
Raquel Luiza da Silva.
terça-feira, 1 de março de 2016
Jardim de raças.
Era eu e o banco da praça,
Jardim florido de tantas raças,
Passos rápidos...
Olhares desatentos,
Pedintes,
O frio, o vento...
Pombos a buscarem migalhas no verde gramado,
Ônibus, carros,bicicletas, motos...
Fatos, fotos...
Portas, portões,
O lixo, o luxo,..
O limpo e o sujo.
Idosos, jovens, crianças,
Mulheres, homens...
Passos, laços, sonhos.
Aromas, cores,
Beijos, lágrimas,
Dores, amores...
O tímido sol,
O tímido sorriso,
O tímido bonjour...
Era eu o banco da praça e o mundo ao meu redor,
Mundo cheio de gente,
De gente só.
De gente que passa,
Que vai-se,
Que perde-se e por vezes encontra-se,
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
Esquecimento.
Nada mais sei dessas horas passadas sob o sol,
Dessas horas passadas na varanda a observar a aurora,
Já não sei...
Dessas horas passadas nas páginas de um livro,
No calor de um beijo,
Num copo de vinho.
Nada mais sei dessas horas caladas,
Dessas horas mortas,
Já não sei...
Dessas horas escondidas numa canção chorosa,
Nos braços amantes,
Na noite que vai-se embora.
Não sei...
Já não sei...
Se as horas passaram,
Se cá ainda estão,
Se cá ainda estou.
Não sei desse tempo,
Não sei desse momento,
Não sei desse alento,
Nada mais sei dessas horas passadas,
Dos pássaros que migraram,
Dos pássaros que voltaram...
Sempre voltam,
Sempre voltarão.
E as horas sob o sol...
Passadas,
Sentidas,
Vividas,
Já não sei,
Em que tempo estão,
Em que tempo as deixei.
Raquel Luiza da Silva.
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Larápio tempo.
Ah larápio tempo...
Levastes coisas sem meu consenso,
Chegastes e partistes tão depressa,
Que nem notei-te a passar por entre as arestas.
Os anos saudosos...
As pessoas amadas...
Os aromas...
Os sabores...
As cores...
Os amores!
Pouco resta, ou quase nada...
Como sois egoísta terrível larápio!
Tudo escondestes onde não posso tocar.
E o que resta-me?
Oh! Cá está...
Saudade, saudade, saudade...
Foi o que não conseguistes levar.
Onde te escondes?
Apenas sussurras em meu ouvido: Deixai-me passar.
E tão depressa partes deixando essa monotonia covarde que insiste em perturbar-me.
Talvez dessa agonia um dia farte-me e te vá procurar,
Nos escombros de tantas Eras,
Na poeira sobre os móveis,
Na chama apagada da lareira
No balançar de cortinas nas janelas,
Talvez te vou encontrar...
Ah larápio!
Buscar-te-ei antes que roube-me o que vale de fato.
Dar-te-ei de pronto a razão,
Mas não toques com teus pesados dedos enrugados, nas pequeninas coisas que ainda guardo no coração.
Raquel Luiza da Silva.
Levastes coisas sem meu consenso,
Chegastes e partistes tão depressa,
Que nem notei-te a passar por entre as arestas.
Os anos saudosos...
As pessoas amadas...
Os aromas...
Os sabores...
As cores...
Os amores!
Pouco resta, ou quase nada...
Como sois egoísta terrível larápio!
Tudo escondestes onde não posso tocar.
E o que resta-me?
Oh! Cá está...
Saudade, saudade, saudade...
Foi o que não conseguistes levar.
Onde te escondes?
Apenas sussurras em meu ouvido: Deixai-me passar.
E tão depressa partes deixando essa monotonia covarde que insiste em perturbar-me.
Talvez dessa agonia um dia farte-me e te vá procurar,
Nos escombros de tantas Eras,
Na poeira sobre os móveis,
Na chama apagada da lareira
No balançar de cortinas nas janelas,
Talvez te vou encontrar...
Ah larápio!
Buscar-te-ei antes que roube-me o que vale de fato.
Dar-te-ei de pronto a razão,
Mas não toques com teus pesados dedos enrugados, nas pequeninas coisas que ainda guardo no coração.
Raquel Luiza da Silva.
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