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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Poeira e poema.



Tenho um poema no fundo da gaveta,
Um poema empoeirado, em preto e branco...
Com cheiro de vida,
De vidas,
Traçado em algum instante,
Traçado em algum momento...
Alegre?
Talvez,
Triste?
Não sei...
Poema e poeira,
Poeira e poema...

Palavras perdidas,
Traços desconexos...
Detalhes ocultos.
Apenas um poema,
Poeira...
Um pouco de algo, de alguém...
De mim?
Não sei, talvez...
Um pouco...
No fundo da gaveta,
Apenas poeira.
Poema...

Raquel Luiza da Silva.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Ouça-me.



Não ouvirão minha voz estraçalhar vidraças fechadas,
Nem meu canto a embalar os sonhos que adormecem pelos cantos da casa,
Serei silêncio na perfeição do momento,
Nem murmúrios,
Nem suspiros,
Serei a voz muda a dormitar em lábios entreabertos...
O silêncio que acalenta a alma,
O silêncio que perturba o altivo,
Talvez possa alguém entender-me,
Sentir-me,
Prescrutar-me...
Se sou silêncio, sou transparente,
Porém não poderei ser vazio se entender-me,
Se vislumbrar-me,
Se tocar-me...
Não ouvirão minha voz,
Nem meu brado,
Nem meu choro,
Nem meu sorriso...
Serei silêncio no propício momento,
Serei silêncio para assim ouvirdes as vozes,
As vozes que falam apenas quando calo-me,
Talvez ouça a doce canção,
Desse meu arfante peito,
Desse meu cansado coração.

Raquel Luiza da Silva.

Enquanto...








Enquanto o sono não vem invento,
Enquanto o sono não vem, crio,
Enquanto sono não vem, amo,
Mato,
Morro,
Revivo...
Enquanto o sono não vem, perturbo-me,
Enquanto o sono não vem, intensifico-me
Enquanto o sono não vem, semeio,
Cresço,
Floresço,
Frutifico...
Enquanto o sono não vem, dissolvo-me,
Enquanto o sono não vem, espalho-me,
Enquanto o sono não vem, tropeço,
Caio,
Ergo,
Sigo...
Enquanto o sono não vem, ilumino,
Enquanto o sono não vem, revolvo-me,
Enquanto sono não vem, finjo,
Minto,
Renasço,
Poetizo...
Enquanto o sono não vem, aguardo,
Enquanto o sono não vem, retrato-me,
Enquanto o sono não vem, parto,
Fujo,
Escondo,
Acho-me.





Raquel Luiza da Silva.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Namoradeira.

E então fez-se silêncio,
As bocas fechadas eram o soneto perfeito,
Após os olhos cerrarem-se cansados...
Enquanto todos recostados adormeciam,
Eu namorava a lua,
Naquela noite com aroma de poesia.

Raquel Luiza da Silva.