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segunda-feira, 27 de agosto de 2012





Então parei de pensar na vida...
Descobri que ela não pensa em ninguém,
Apenas segue seu curso,
Como eu tenho que seguir o meu.
E o resto?
Não sei, tenho apenas que seguir...
Enquanto a vida me segue.


Raquel Luiza da Silva.

domingo, 26 de agosto de 2012

Dualidade.


Penso que tenho duas almas nesse frágil corpo,
Uma livre por ai está,
Quando?
A que horas?
Não sei em que Era regressará...
A outra é tão  cômoda,
Das aventuras desse mundo preserva-se,
É tão singela e dócil,
Que prende-se observando da janela os rostos pela  rua,
Em versos de inacabadas palavras,
Que definham-se ao toque dos primeiros clarões da lua.


Raquel Luiza da Silva.


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ausência.

Eu não vi o ultimo carnaval...
Não vi as crianças a cantarolarem uma canção no parque,
Não vi o trem que partiu atrasado,
Nem a chuva que tamborilava seus dedos invisíveis em minha janela,
Não vi o sol vermelho a queimar a pele do trabalhador,
Não vi o gato que fugia da janela vizinha,
Não vi o dia passar monotonamente,
Nem os pássaros que cantavam em meu jardim,
Não vi o carteiro deixar as correspondências em minha caixa,
Não vi o jornal deixado á porta,
Não vi os carros pela rua,
Não vi o mendigo a pedir uma esmola,
Nem as pessoas que no metrô acercavam-se de mim...
Não vi o adeus de meus amigos,
Não vi a lágrima da despedida,
Não vi o sonho realizado,
Não vi o drama findado...
Não vi essa ausência que apenas sente-se,
Ausência de nada,
Ausência de tudo,
Ausência de mim.

Raquel Luiza da Silva.



terça-feira, 21 de agosto de 2012

Fim do dia.



Um velho sentado á porta,
Observando o cair da aurora,
Um cão que aos seus pés se coça,
Sem temer a chegada das horas mortas,
Está impassível á natural poesia.
E as folhas dançantes em seus galhos a farfalhar,
Dando adeus á luz do dia,
Acenando ao que não mais voltará,
No curral já tudo em silêncio,
No galinheiro aves a dormitarem,
Tudo se calando aos pouquinhos, como se á noite não quisesse assustar.
Uma velha á porta observa o fogo a trepidar no fogão a lenha,
Talvez em seus pensamentos a vida se desenha.
E aquela cena melancólica...
Seria por demais insossa se repousasse em um quadro,
Se tivesse seus pequenos toques por mãos camuflados,
E deixaria de ser tão belo e tão singelo,
Se as cores tão cuidadosamente escolhidas,
Não pudessem ser tão bem vistas,
Não teria a real autoria que repousa no rodapé do final do dia,
A indelével assinatura de um ser de mãos divinas.

Raquel Luza da Silva.






Se sou...

Gosto dessa liberdade vadia,
Desse vento que em mim tripudia,
Sou meio assim,
Sou meio assado,
Meio observador,
Meio calado...
Interprete de emoções eloquentes ,
Coisas minhas,
Coisas da gente,
Um grito além do Ipiranga,
Nas palavras escritas,
Todas encobertas como cartas na manga...
Não duvido dos sentimentos,
De quem os prende,
De quem os deixa á seu contento,
Sou do tipo arredio,
Preso a quase tudo, menos á um destino.
E se sou de cores?
De Flores?
De amores?
Faça me um favor...
É assim que sou,
Como toadas livres na surdez de um pensador,
E se sou versos,
Sou quase nada,
Mas sou tudo, nesse silêncio de intrépidas palavras.

Raquel Luiza da Silva.


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Adeus.



Não direi que o que passou foi ruim
Apenas direi adeus,
As cinzas da lareira não voltarão a ser tronco novamente,
Nem a ferida aberta  fechará-se sem cicatrizes,
O tempo deslizará sobre os ponteiros para que não volte a cometer deslizes,
Não rasgarei os véus de meus templos sagrados,
Nem abarrotarei de tesouros essa vida minha,
Passarei assim, sem ser incomodada, sem ser percebida,
E o que alegra-me a alma, são as doces matizes do fim do dia,
Correndo por entre os dedos do futuro, esse presente que inebria-me,
E quanto ao passado...
Repousará apenas num adeus,
Assim tão passado que não mais voltará aos dias meus.

Raquel Luiza da Silva.

Onde estão?


Não sei onde esconderam-se...
Não sei para onde foram-se...
Não sei onde estão as lembranças,
Camufladas de doces sonhos.

Raquel Luiza da Silva.



quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Estrelas...


De repente começo a ver estrelas no céu...
Disseram-me que sempre estiveram ali.
Talvez eu raramente estivesse aqui...
Talvez eu sempre estivesse a vagar, por onde não sei.
Mas hoje, comecei a maravilhar-me com a beleza das estrelas no céu.

Raquel Luiza da Silva.


domingo, 12 de agosto de 2012

Mudar...



Eu nunca quis mudar o mundo mesmo...
Quanto a mim?
Não sei...
Não sei...
Nunca quis mudar o mundo mesmo...

Raquel Luiza da Silva.



quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Leveza.





Não mais me assusto com a figura que envelhece no espelho,
Aprendi que a lentidão do corpo não influência a mente, se eu assim não permitir...
Que se sentar-me num jardim e souber apreciar ao meu redor, pintarei um quadro,
Se não souber pintar, poderei compor um poema,
E se ainda, não souber compor, apenas me satisfarei com as maravilhas repletas de traços incomuns, 
Estarei no jardim...
Permitirei apenas a lentidão das horas,compondo sua monótona melodia de velhos ponteiros a arrastarem-se,
Não abarrotarei de tantas memórias minha cabeça pensante,
Nem de ricas moedas meus bolsos furados...
A leveza da alma, será o objetivo maior desse meu breve caminho,
Onde os anos passam...
A vida corre...
E o tempo permanece intacto em seu dever de algoz,
Mas passarei por ele, 
Passarei por esse tempo,
Sentada no jardim apreciando as flores,
Pintando um quadro talvez,
Ou compondo um poema, não sei...
Enquanto a alma.... Cobre com sensatez todas as imagens que envelhecem no espelho.




Raquel luiza da Silva.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Se ele não passar...

Se esse tempo não passar...
Passarei eu por ele á galope,
Levantando poeira da estrada...
Açoitando as horas com meus dispartes,
E se ele não passar não me vou embora,
Daqui não saio,
Daqui não saio...
Se ele não passar...
Se ele não passar...

Raquel Luiza da Silva.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

...

Há dias os quais não precisamos de muito...
Apenas de lenços de papel e amendoins torrados.


Raquel Luiza da Silva.